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Cultivo de plantas medicinais auxilia no tratamento de pacientes em Campos

Projeto da FMC se destaca pelo envolvimento dos assistidos, resgate cultural e viés ambiental

Assistidos pelo Centro de Saúde Escola de Custodópolis (CSEC), em Campos, no Norte Fluminense, estão participando um projeto desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Campos que incentiva o cultivo e consumo orientado de plantas medicinais. A iniciativa também tem um viés ambiental, além de ser considerada psicoterapêutica.

Iniciado há um ano, o canteiro de plantas medicinais atualmente já conta com 20 tipos de espécies cultivadas na área do CSEC, mas a proposta dos organizadores é chegar ao total de 52 tipos. O projeto conta com a participação dos estudantes dos Cursos de Graduação em Farmácia e Medicina, e é voltado principalmente a dois grupos assistidos pelo Centro: os pacientes da saúde mental e idosos.

De acordo com o Coordenador do Curso de Farmácia, o professor Carlos Eduardo Faria, um dos destaques do projeto é o levantamento de plantas medicinais mais usadas pela comunidade assistida.

“Primeiro nós fizemos um levantamento etnobotânico das plantas que são comuns ali daquela região. Fomos conversando com os moradores, com os idosos principalmente e eles foram falando que a avó usava tal planta, o pai usava outra… Daí essas plantas foram escolhidas com base neste conhecimento popular. Esse é um dos objetivos do projeto, este resgate natural. Algumas, por exemplo, a ora-pro-nóbis, ela tem tanto propriedade medicinal, quanto serve como alimento. Isso que é legal, a gente resgatar isso”, destacou o coordenador.

Além do cultivo das plantas medicinais, manejo e distribuição de mudas à comunidade assistida, o projeto prevê a realização de oficinas e palestras sobre as espécies. “Quando eles visitam, são atendidos, recebem todas as orientações da equipe do Centro, principalmente de alunos acompanhados por professores”, informou Faria.

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Preocupação ambiental

Ainda segundo o professor, para reforçar o viés ambiental, os canteiros foram montados com pneus que são colocados em pilhas na altura aproximada de 1m, facilitando assim o manejo das plantas e a postura dos participantes do projeto e visitantes.

“Além de tirar esse pneu do meio ambiente, o idoso não precisa abaixar para cuidar das plantinhas, visto que cada idoso, cada paciente, atua como cuidador. E ainda tem a questão da psicoterapia, quando um idoso trabalha, cuida da planta, acaba diminuindo o uso de medicamento convencional”, afirmou Carlos Eduardo.

No canteiro, cada planta é identificada com uma plaquinha que traz informações básicas sobre ela.

“Tem também um QR Code que leva a mais detalhes. Como por exemplo, qual a parte da planta que usa; para que a planta serve; se a planta causa algum efeito adverso; se pode interferir com algum medicamento. Cada planta dessa tem o que a gente chama de monografia. A gente está escrevendo também um livro sobre elas”, completou o coordenador.

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