Pesquisar

Um pedacinho da floresta dentro de Santa Teresa

Imagine fechar os olhos e se encontrar bem diante de um corretor com árvores por todos os lados, o som que se escuta são araras, beija-flores, pássaros, borboletas e outros animais da mata atlântica. Isso tudo, sem sair do centro de Santa Teresa, na região Serrana do Espírito Santo. O lugar encantador é o Museu de Biologia Professor Mello Leitão, que conta um pouco da história do pesquisador e professor Augusto Ruschi, reconhecido mundialmente e que deixou um brilhante trabalho de proteção a natureza.

O lugar foi fundado em 1949 pelo naturalista Augusto Ruschi, o que tornou o museu uma das principais instituições ligadas ao patrimônio natural do país. O museu tem por objetivo coletar, estudar, preservar e expor exemplares de plantas e animais, principalmente da Mata Atlântica. Possui um acervo com aproximadamente 40.000 exemplares, destacando-se as coleções de beija-flores, morcegos e o herbário. Mantém as estações biológicas de Santa Lúcia e Caixa d’Água, ambas no município de Santa Teresa. Desenvolve pesquisas biológicas e atividades de educação ambiental e conta com biblioteca especializada.

Cada animal que se encontra no museu retrata um pouco da importância desse projeto, os grandes viveiros que ficam bem no meio das árvores, apresentam aos visitantes essa contemplação e um pouco da realidade dos animais. Andar pelo Melo Leitão é se encher de conhecimento, ar puro e uma certeza que vem da natureza todas as respostas que precisamos no dia a dia.

Tantos anos após a morte de Augusto Ruschi, o Museu continua mais vivo do que nunca na missão encampada pelo Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), unidade de pesquisa subordinada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Ao incorporar o Museu Mello Leitão, o INMA tem se dedicado à produção e difusão de pesquisas relativas à Mata Atlântica, sua biodiversidade, história e conservação, sem descuidar de atividades voltadas à educação ambiental, bem como à memória de seu Patrono, cuja data de nascimento merece ser não apenas comemorada, mas servir de ocasião para refletir sobre nossa relação com o mundo.

Anúncio

Leia mais logo após o anúncio

Saiba mais sobre Augusto Ruschi

Cientista, advogado, professor e defensor das florestas, Augusto Ruschi é o Patrono da Ecologia do Brasil. Esses e outros adjetivos e ocupações marcaram a vida do naturalista brasileiro Augusto Ruschi (1915-1986).

Nascido na cidade de Santa Teresa, região centro-serrana do Espírito Santo, esse descendente de imigrantes italianos católicos marcou a história de seu Estado natal e também a do Brasil, em especial por seus estudos sobre beija-flores e por sua sistemática militância em favor da natureza.

Em 1949, fundou o Museu de Biologia Professor Mello Leitão – uma homenagem a seu mestre e amigo, o zoólogo Cândido Firmino de Mello Leitão –, inaugurando, assim, o primeiro espaço institucional do Estado dedicado aos estudos biológicos.
Uma década antes, Ruschi ingressava como assistente voluntário no Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ), atuando inicialmente como botânico contratado e, anos depois, como Professor Titular. O MNRJ também foi um espaço de intercâmbio acadêmico, com o qual teve a oportunidade de aprimorar os conhecimentos sobre fauna e flora que adquirira de maneira autodidata.

Além das pesquisas, “Guti”, como era conhecido entre os amigos mais próximos, construiu relações de prestígio e confiança com diversas autoridades políticas e conseguiu desenvolver um longo trabalho de colecionamento biológico e mapeamento dos recursos naturais capixabas.

Além das contribuições para os conhecimentos biológicos, Ruschi participou do processo de criação das primeiras áreas de proteção natural do Brasil – com destaque para a Reserva Florestal de Nova Lombardia (hoje, ReBio Augusto Ruschi), no município de Santa Teresa, e para a Reserva do Córrego do Veado, em Pinheiros, no norte do Estado.

Famoso por ter contrariado interesses empresariais multinacionais no contexto do plantio de eucaliptos em Aracruz e pelas constantes denúncias de invasão de terras na Ilha de Comboios e em Itaúnas, Ruschi também militou pelos direitos indígenas à terra e ao reconhecimento como sujeitos portadores de conhecimentos indispensáveis aos cuidados com o meio ambiente e, portanto, com a diversidade biológica e cultural da vida.

Não deixe de ir:

Museu Mello Leitão
Avenida José Ruschi, 04 – Centro, Santa Teresa/ES
Aberto de terças a domingo das 8h às 17h.

Fonte: Governo do Estado do Espírito Santo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *