Tartarugas marinhas se reproduzem e mais pessoas estão nas praias

Todos os anos do mês de setembro até março, as tartarugas marinhas estão em seu período de reprodução, os ninhos ficam espalhados por toda orla e exatamente por esse motivo, que o cuidado no litoral precisa ser redobrado, para não matar os filhotes que precisam alcançar o mar.

O Programa de Monitoramento de Tartarugas Marinhas (PMTM) do Porto do Açu, em São João da Barra, é um dos projetos espalhados pelo Brasil que se preocupa com a proteção da espécie. Hoje, 62 km de praia, são percorridos diariamente pelas equipes do programa, desde o pontal de Atafona, em São João da Barra, até a Barra do Furado, em Campos.

A missão dos profissionais consiste em localizar os ovos, proteger e principalmente, acompanhar o nascimento dos filhotes. “O PMTM conta, ainda, com base veterinária para estabilização de animais debilitados. Ele atende a diretrizes técnicas do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (Centro Tamar/ICMBio) e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea)”, explica Daniel Nascimento, coordenador de Meio Ambiente da Porto do Açu.

Só o programa já realizou 100 ações de soltura e 980 mil filhotes conseguiram chegar ao mar. Uma forma de conscientizar a população sobre a importância de preservar as áreas, para que a fauna e flora sejam constatemente preservadas. “Como resultado, observamos um aumento superior a 35% no número de filhotes desde o início do programa, mostrando que é possível não só compatibilizar o desenvolvimento dos nossos negócios com a conservação dessas espécies, mas também melhorar os resultados, tornando a comunidade local nossos parceiros, disseminando as boas práticas ambientais. Nossa expectativa, para esta temporada reprodutiva, é alcançar o marco de 1 milhão de filhotes protegidos e liberados ao mar pelo programa”, destaca Daniel.

 

O Programa de Monitoramento de Tartarugas Marinhas

Mesmo com os números positivos de crescimento, com a chegada do verão que coincide com a reprodução dos animais, a praia fica mais movimentada, se as pessoas que frequentam puderem também fiscalizar e entenderem, que os carros na areia, comprometem e muito todo o trabalho de preservação. O ideal também é que os banhistas não mexam nas estacas, a função delas é identificar os ninhos.

“Desde que o Programa de Monitoramento de Tartarugas Marinhas foi iniciado, as equipes do PMTM realizam um forte trabalho de conscientização da população, reforçando o risco que o tráfego de veículos pode representar para preservação das espécies. Fazemos esse trabalho educativo ao longo de todo o ano, inclusive com o envolvimento das escolas da região. Já minimizamos muito essas ocorrências, mas precisamos estar sempre vigilantes. Contamos também com a ajuda do poder público e da própria população nessa fiscalização, principalmente durante o período de verão”, afirma Daniel.

Ao longo dos anos o programa vem se aperfeiçoando e traçando mais desafios. “Especificamente na conservação de tartarugas, queremos avançar na parceria técnica e voluntária com a Fundação Pró Tamar e seguir com o desenvolvimento de estudos sobre a espécie Caretta caretta, característica da região, e dar vida a novas ações de conservação de tartarugas marinhas. Além, é claro, de atingir a marca simbólica de 1 milhão de filhotes protegidos pelo programa ainda na temporada reprodutiva 2020/2021”, finaliza o Coordenador de Meio Ambiente do Açu.

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