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Resistência verde da Mata Atlântica no Rio de Janeiro


“Parque dos Três Picos na região Serrana tem grande biodiversidade regional, espaço para pesquisas científicas e turismo ecológico”

Uma árvore com mil anos de história cravada bem no meio do Parque Estadual dos Três Picos, na área que abrange o município de Cachoeiras de Macacu, região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. O Jequitibá Milenar tem 40 metros de altura e na base a circunferência tem 19 metros. A árvore conhecida como Jequitibá Rosa é a maior da Mata Atlântica, podendo atingir até 50 metros de altura. Ele é um dos atrativos do Parque Estadual que está presente nos municípios de Teresópolis, Guapimirim, Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu e Silva Jardim.

O Parque é de responsabilidade do Governo do Estado, gerenciado pelo Inea, ao todo 30 Guarda Parques tem a missão de cuidar do lugar e ainda apresentar todas as trilhas, estudos e as histórias do Parque para centenas de visitantes, que buscam o passeio diariamente. O Jequitibá Rosa que pode ser o maior do mundo e também o mais antigo, a conclusão é da administração, a árvore deixa os visitantes encantados com a imponência.

O contorno verde nas montanhas são pequenos pedaços da Mata Atlântica trecho fluminense da Serra do Mar, um lugar de resistência de tantas áreas degradadas no entorno, há 20 anos, antes do decreto do Parque, muitas pessoas moravam no espaço que hoje é a reserva. O desmatamento era uma constante, hoje toda a área, vem retornando as suas origens. São 65.113,04 hectares, trechos que tentam compor os corredores ecológicos do Rio de Janeiro.

Bem na região Serrana do estado, o Parque ajuda muito no clima da região, segundo informações do Inea, dentro dos limites da área encontra-se o mais elevado índice de biodiversidade, o que em parte se explica pela variação de altitudes: de 100 até os 2.316m do Pico Maior. O Parque é reconhecido internacionalmente como uma IBA (Important Bird and Biodiversity Area), ou seja, uma área prioritária para conservação da biodiversidade de aves, pela BirdLife International.

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Fauna e Flora do Parque

O bom estado de conservação e a grande extensão das matas do parque garantem a existência de espécies animais significativos, algumas ameaçadas de extinção, como os gaviões e a onça-parda, que para sobreviver necessitam de grandes áreas naturais preservadas onde encontram presas suficientes para a sua alimentação. Também ocorre grande variedade de artrópodes, peixes, anfíbios e répteis.

Podem ser listados os seguintes animais: Onça-parda, jaguatirica, furão, lontra, muriqui, bugio, gavião-pega-macaco, macuco, inhambús, araponga e o trinca-ferro. A onça-parda (Puma concolor), sua presença é um importante indicador de ecossistemas naturais bem preservados e por este motivo, tornou-se o símbolo do parque. Apesar de ser um predador do topo da cadeia alimentar, a onça-parda é um animal tímido que evita o contato com humanos e se alimenta de pequenos moradores da mata, como pacas e quatis. O estudo da avifauna do parque permitiu o registro de 370 espécies de aves, o que representa cerca de 40% das espécies de aves conhecidas para o Estado do Rio de Janeiro.

Alunos do IFF de Itaboraí visitam o Parque

Da teoria para a prática, o sábado foi de visita para cerca de 100 alunos da Pós-Graduação em Energias e Sustentabilidade, do IFF de Itaboraí, no Parque Estadual dos Três Picos. Professores e alunos participaram de trilhas, conheceram o lugar e suas histórias. A visita foi na sede do Parque em Cachoeiras de Macacu, os visitantes puderam fazer a trilhas mais curtas em torno do centro de visitação, tiveram acesso a rotina do Parque e informações sobre pesquisas científicas que vem sendo desenvolvidas na área. O lugar é uma porta aberta para ciência.

Durante a chegada da turma, o Gestor do Parque, Alexandre Donato, conversou com os visitantes. “Conseguimos avançar em 19 anos, o Parque tem 20 anos de existência, nós conseguimos alcançar objetivos dentro da área de pesquisas científicas, o Parque já tem mais de 100 pesquisas, 70 encerradas e 30 em andamento, porém outras 20, para entrar na unidade. Temos cinco núcleos espalhados e um núcleo de operações em Guapimirim, já Cachoeiras de Macacu abriga a unidade sede, temos mais três núcleos em Teresopolis”, explicou o Donato, Gerente do Parque, Alexandre Donato.

Principais atrativos dos Três Picos

O nome do Parque é uma referência aos Três Picos de Friburgo, um conjunto de montanhas que chega a 2 366 metros, acima do nível do mar e é o ponto culminante de toda a Serra do Mar. Além de proteger importantes recursos hídricos, o parque é um polo de ecoturismo das Serras Cariocas e de toda a Região Serrana do Rio. Destaque para as trilhas e montanhismo em Teresópolis, Guapimirim e Silva Jardim e, em especial, o Núcleo de Montanhas de Nova Friburgo, em Salinas (Terê-Fri), com camping. A entrada nas áreas do parque é de graça, mas é preciso informar a entrada junto à administração.

Entre os atrativos, há trilhas abertas ao público com diferentes graus de dificuldade, montanhismo, banhos de cachoeiras e contemplação de paisagens. A época mais recomendada para visitação de abril a setembro.

Trilhas:

Jequitibá-rosa milenar
Popularmente conhecido como o “gigante da floresta”, com idade estimada superior a mil anos e cerca de 40 metros de altura, fica localizado próximo à sede. A trilha interpretativa para chegar até lá é curta e com poucos obstáculos, em cerca de 400 metros de extensão, favorecendo a visitação também de grupos com pouca experiência. Existem placas informativas sobre os ciclos da natureza.

Mirante do Capacete
Pode ser alcançado por uma trilha também conhecida como Rodolfo Chermond, lendário montanhista carioca. Com início na entrada do Vale dos Deuses, é possível chegar à base da montanha do Capacete de Salinas, com 2.197 m, localizada ao lado do Pico Maior. No final da caminhada, há um mirante de pedra, a uma altitude de 1.900 metros na base da montanha, de onde é possível avistar todo o Vale dos Três Picos, além da Serra do Caledônia ao fundo.

Caixa de Fósforos
Um dos atrativos mais visitados do parque, a trilha para a Caixa de Fósforos exige caminhada longa, por cerca de duas horas, entre trechos mais planos, por dentro do Vale dos Deuses, e trechos mais íngremes, que requerem maior preparo para chegar à base da rocha. Aí será possível observar de perto a singular formação, além do Vale dos Frades, de um ângulo único. Esta formação rochosa leva o curioso nome de Caixa de Fósforos, e também Pedra dos Milagres, pois fica apoiada em uma pequena base.

Pico Menor
Única montanha da formação rochosa dos Três Picos que é possível alcançar caminhando, o Pico Menor é para ser apreciado por visitantes bem preparados. A trilha, considerada de nível pesado, caracteriza-se por trechos íngremes e grande desnível. É muito importante também considerar as condições climáticas, tendo em vista as características do lugar. No entanto, o esforço para chegar aos 2.310 m do cume é recompensado com uma paisagem fantástica de 360º de toda a região, sendo possível até mesmo avistar a Baía de Guanabara e o mar, em dias mais claros. O acesso se dá no Vale do Toledo, em direção ao Núcleo Três Picos, em um local conhecido como Casa do Português.

Cabeça do Dragão
A montanha Cabeça de Dragão, com 2.082 m, é dos atrativos mais frequentados do núcleo Três Picos. Do seu topo tem-se uma das mais belas vistas de toda a região. Pode-se dizer que ela é dividida em duas partes, o que a torna ainda mais atrativa. Primeiro há uma bela floresta do tipo ombrófila alto montana, típica de Mata Atlântica. Já o trecho final é realizado em costão de pedra, o que exige mais atenção devido à maior exposição ao risco. De seu o topo, avista-se de forma estupenda o Pico Maior, o Capacete e a Caixa de Fósforos, além do maciço do Caledônia e dos vales do Jaborandi e Frades. A trilha tem início no camping do Núcleo Três Picos.
Bosque da Preguiça

Idealizada para receber grupos de estudantes e famílias, a Trilha Bosque da Preguiça tem curta extensão, com quedas d’água, área de piquenique e descanso para os visitantes. O contato próximo com a flora e com os recursos hídricos facilita na interpretação ambiental. Seu percurso simples possibilita caminhadas às margens de um curso de água por meio de passarela feita com troncos. O acesso se dá pela guarita, no núcleo Jacarandá.

Travessia Jacarandá x Prata dos Aredes
O nome faz referência aos bairros de início e término da travessia. O trajeto possui um total de 4,5 km de extensão, cercado por natureza preservada. De característica moderada, é também muito utilizado para a prática de ciclismo, com trechos ideais para a observação de aves. A localidade de Prata dos Aredes é uma região rural de Teresópolis, de produção de orgânicos, que pode entrar na programação da visita, ao término da travessia.

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