“A ação sustentável também promove o benefício de adubar as plantas e recuperar o solo”.
Cada ação de olho na sustentabilidade é um grande passo para a mudança pessoal, mas que acaba sendo aquela “gotinha” no oceano que estimula a sociedade de uma forma em geral. A compostagem é um exemplo dessas ações que reduz o volume de resíduo orgânico, que normalmente vai parar nos lixões, ou mesmo, ficam espalhados pela cidade. Pesquisas mostram que mais da metade do lixo gerado no Brasil é orgânico, sem uma destinação adequada atraem animais vetores de doenças, sem falar que intensificam a emissão dos gases do efeito estufa. O estimulo para pratica da compostagem vem saindo das escolas, mas também de muitas pessoas que já se deram conta também dos benefícios.
Foi exatamente o que aconteceu na casa da psicóloga Diana Viana, que começou a se incomodar com o volume de lixo produzido em casa. “Iniciei a compostagem porque via sobrar e estragar frutas e comidas em casa. Tenho duas crianças, infelizmente sempre tem sobra, já havia visto na casa de uma conhecida uma composteira doméstica, pesquisei na internet como poderia fazer e comprei os caixotes, para iniciar a compostagem e cuido delas até hoje”, comenta Diana.
Não tem mistério no processo, depois do aprendizado a rotina fica fácil. Até porque é uma prática sustentável que ajuda o meio ambiente a decompor e a transformar matéria prima, em adubo de forma natural. “O mais difícil é a separação da terra que é produzida pelo processo de compostagem, precisa separar a terra e pegar a minhocas para retornar para a composteira, no mais é só esse o trabalho”, conta a psicóloga.
Tudo o que ela produz de adubo usa nas plantas, a produção é tão boa que sobra até para fazer doações. E sabe o que é mais importante nesse processo? É o exemplo de reduzir ao máximo o lixo, que vai direto para os lixões. “Me sinto feliz dando esse exemplo para os meus dois filhos, eles já entendem que não pode sobrar, mas se sobrar, a gente aproveita para as minhocas. Quando comem uma banana, por exemplo, sabem que não podem jogar no lixo e sim no potinho que guarda os orgânicos. Além dessa separação dos orgânicos, separamos os plásticos e papeis para juntar para a reciclagem”, finaliza Diana.
A internet facilitou e muito a vida de quem tem vontade de fazer a compostagem, basta dar alguns clicks para entender um pouco do processo, mas algumas universidades como a Uenf, mantém o trabalho no campus e também fazem ações pelo interior de Campos. “A gente tem um trabalho na Uenf, mas percorre todo o interior do estado há muitos anos falando sobre compostagem. A maior parte dos resíduos descartados são os orgânicos, mais da metade do lixo gerado é orgânico. Essa prática pode ser aplicada em qualquer lugar e está disponível para o acesso de todos. Reunimos grupos que vai de idosos a crianças para falar sobre o assunto”, conta Aline Chaves Intorne, professora do IFRJ de Volta Redonda.
É a transformação realizada por microorganismos de cascas e sobras de alimentos em adubo orgânico. Este processo também produz um composto líquido utilizado como fertilizante nas plantas.
Diminui o custo de coleta de lixo, reduz o desperdício de alimentos, aproveita matéria orgânica como adubo e leva nutrientes de volta para o solo.
Restos de fruta, legumes, verduras, borra de café, saquinho de chá, coador de papel, papel toalha sem gordura, restos de podas da jardinagem, grãos, sementes trituradas e cascas de ovos.
Cebola, alho, pimenta, excesso de frutas ácidas, leite e derivados, alimentos cozidos e salgados, mel e açúcar, ossos, carnes, óleos, gorduras, fezes, urina, papel higiênico ou papel colorido, produtos químicos em geral.
– Pegue um galão de água, se não tiver mais tampa, pode usar um pedaço de tecido e filó amarrado
– Primeiro faça um furo na tampa do galão para o chorume orgânico escorrer.
– Após encaixar a tampa, corte o galão deixando 1/3 para base e 2/3 para a parte superior, de forma que a boca do galão se encaixe bem dentro da base.
– Adicione terra preta, cerca de três dedos
– Depois coloque matéria orgânica até que tenha cerca de 10 cm, adicione mais terra em torno de 2 cm
– Molhe um pouco a terra, mas não deixe ficar encharcada.
– Em seguida, coloque serragem ou folha seca, uma fina camada para controlar o odor.
– Agora, cubra com um tecido filó para que não entre moscas e outros insetos.
– Deixe sua composteira na sombra, onde também não pegue chuva
– Remexa as camadas duas ou três vezes por semana, ou sempre que adicionar matéria orgânica
– Retire o chorume orgânico da base da composteira a cada dois dias.
– Você pode usá-lo como adubo foliar, é só dissolver 100 ml em 900ml de água
– Seu adubo sólido estará pronto quando não for possível identificar matéria orgânica, em torno de 80 dias.
Fonte: @cienciapragente/Uenf