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Energia Solar é a solução para economia e preservação

“Cada vez mais pessoas optam por investir em energia solar, o retorno é certo, além disso, a energia limpa evita danos ao meio ambiente”.

Olhar a fatura no fim do mês e ver o valor da conta de luz tem sido apavorante. Acho que boa parte das pessoas concordam com essa afirmação, sem falar que está fazendo calor de verão em pleno outono, impossível não recorrer ao ventilador ou ao ar condicionado, que contribuem para o aumento da conta. Fica claro também, que o planeta precisa de mais gente aderindo a energia limpa como a solar, de graça e presente em todo solo brasileiro. Mas o investimento inicial, a primeira vista parece caro.

São muitas as questões sobre a Energia Solar que podemos abordar, o tema é amplo e cheio de dúvidas. Para nos explicar os pontos principais chamei o professor Luiz Fernando, que dá aulas no IFF e também é Tecnólogo em Sistemas Elétricos (CEFET-CAMPOS), Mestre em Engenharia de Produção (UCAM-CAMPOS) e Doutor em Ciências Naturais (UENF). Luiz Fernando é super qualificado na teoria, mas também na prática, isso porque a casa dele foi toda pensada para aproveitar tudo, inclusive a energia do sol. Confira a entrevista:

1) O que é geração distribuída?

Resposta:
Chamamos de geração distribuída a forma de produção de eletricidade em que a fonte geradora está junta ou próxima ao consumidor ao mesmo tempo que ambos estão conectados à rede elétrica concessionária local. Lembrando que esse consumidor pode ser da classe residencial, comercial, poder público, rural ou industrial. Com isso, o sistema de geração distribuída atenderá à demanda de eletricidade do consumidor, além de, dependendo do projeto, possibilitar “zerar o seu consumo” e, caso haja o excedente de energia, o mesmo será injetado na rede elétrica, produzindo créditos de energia para serem utilizados posteriormente.

No Brasil, as Resoluções Normativas nº 482/2012 e nº 687/2015 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) são responsáveis por estabelecer as condições gerais para o acesso da geração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica e o sistema de compensação de energia elétrica (crédito de energia excedente). As resoluções também estabelecem que as fontes a serem utilizadas para geração distribuída são: energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada.
Mas, vale destacar que a Geração Distribuída está em discussão na Câmara dos Deputados e, consequentemente teremos alterações nas Resoluções Normativas da ANEEL.

2) A cada dia mais pessoas colocam o sistema de energia solar. Podemos dizer que os dados da ANEEL comprovam esse movimento de crescimento?

Resposta:
Sim. Como mencionei, a geração distribuída por ser realizada por uma das cinco fontes de energia descritas na questão anterior. Porém, há um crescimento substancial no número de instalações de energia solar fotovoltaica em todo o país. Segundo a ANEEL, o Brasil tem hoje 428.277 unidades com geração distribuída solar fotovoltaica, totalizando uma potência de aproximadamente 5 GW (cinco Gigawatts). Para termos uma ideia de tal crescimento, entre os anos de 2019/2020 o aumento da potência instalada desses sistemas foi de 165%, de acordo com o Balanço Energético Nacional 2020 (ano base 2019) do Ministério de Minas e Energia (MME).

3) Economicamente é fato que instalação de energia solar fotovoltaica por meio da geração distribuída significa vantagem para o consumidor?

Resposta:
Sim. Temos benefícios tanto ambientais quanto econômicos. Do ponto de vista ambiental o benefício está na utilização de uma fonte de energia renovável local e “mais limpa”. No aspecto econômico, o benefício para o consumidor está relacionado com a diminuição do valor da tarifa mensal de energia elétrica, ou seja, a redução na sua “conta de luz”, sendo que no Brasil o tempo de retorno pode variar entre 3 a 5 anos.

4) Mas, o que é preciso saber ao instalar um sistema de energia solar?

Resposta:
Antes de tudo, procurar uma empresa ou profissional qualificado para esse tipo de instalação. Em geral, muitas empresas já realizam o chamado Turn-key (em português chave na mão), isto é, a empresa fica responsável por todo o processo desde o estudo de viabilidade, projeto, equipamentos, instalação e homologação do sistema junto a concessionária local.

5) A gente está falando de uma mudança de hábito, a energia solar pode representar também a redução da geração por usinas hidroelétricas?

Resposta:
Sim. É uma grande mudança de postura tanto do consumidor, que agora também produz energia (prossumidor), tanto para as concessionárias. Ao utilizarmos a energia solar em nossas residências, comércios e indústrias, estamos contribuindo para diversificação do sistema elétrico e diminuindo a necessidade de utilização de energia usinas de grande porte, em especial às hidroelétricas e também termoelétricas.

6) Se a pessoa quiser é possível colocar o sistema de energia solar aos poucos, por exemplo, em uma parte da casa?

Resposta:
É possível, pois uma das vantagens técnicas da geração distribuída por energia solar fotovoltaica é a sua modularidade. Entretanto, temos que pensar na viabilidade dessa expansão posterior: valerá a pena expandir depois? Ou, é implantar um sistema pensando em uma futura expansão? Precisamos estar atentos a isso porque a expansão do sistema requer o aumento no número de módulos fotovoltaicos, a possível troca um equipamento chamado inversor (responsável por conversão da energia produzida pelos módulos e a conexão dos mesmos à rede elétrica), elaboração de um novo projeto e pedido de homologação junto à concessionária.

7) Você é professor na área, só que além disso, colocou literalmente em prática tudo que ensina. Você pode contar um pouco da sua história, explicar como fez em casa?

Resposta:
Bom, sou professor do curso Técnico em Eletromecânica, Meio Ambiente e Engenharia Ambiental Instituto Federal Fluminense campus Campos-Guarus, tendo as disciplinas focadas em geração de energia elétrica, mas sou apaixonado pela energia solar fotovoltaica. Sendo assim, em 2017 resolvi instalar um sistema fotovoltaico por geração distribuída em minha residência. Mas, o fato é que eu tinha que convencer minha esposa que valia a pena instalar o sistema. Foi então que mostrei para ela a viabilidade econômica (é o que as pessoas mais observam). Tomei como referência o valor de implantação do sistema e o quanto reduziria a nossa conta de energia elétrica frente a rentabilidade conseguida com o mesmo valor aplicado em investimento de baixo risco (caderneta de poupança que em 2017 era de 0,5% ao mês e hoje chega a 0,1%). Logo, mostrei que era mais vantagem investir em um sistema fotovoltaico e ter no mês seguinte uma redução na “conta de luz” a deixar o valor referente ao sistema investido na caderneta de poupança.

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