A gente escuta muito dizer que está quente demais, que as chuvas causaram estragos ou que o rio está cada vez mais seco. São muitos os acontecimentos todos os dias, muitos problemas que são causados por nós mesmos. Alguns impactos do aquecimento global são agora simplesmente “irreversíveis”, segundo a mais recente avaliação produzida pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Derretimento das geleiras, chuvas concentradas com rastro de destruição, plástico nos oceanos, esgoto nos rios, florestas em chamas ou a falta delas. Lixo espalhado em vários terrenos pela cidade. Todas essas ações tem o homem como causador dos problemas, a principal consequência de tantos impactos é o aquecimento global, ou seja, a terra está ficando mais quente.
“Existem alguns termos que precisam ficar claros na ciência climática é um tema global. Vareabilidade é um planeta que está aquecendo naturalmente, quando ele aquece nós temos o desgelo e hora resfria. Essas mudanças ocorrem em escalas de milhares de anos. Outro termo são as mudanças climáticas, elas são bastante complexas, muito biológicas, mas o principal termo associado é o aquecimento global que é a elevação da temperatura do planeta terra, continentes e oceanos associados a concentração de gases do efeito estufa. Ele é na verdade uma forma que a terra tem de manter sua temperatura, quando é a noite reduz. O efeito estufa funciona como um colchão na atmosfera terrestre” explica, Eduardo Bulhões- Geógrafo Marinho da UFF.
O aumento da concentração dos gases na atmosfera, o principal elemento concentração de CO2, acontece pela queima de combustíveis fosseis como: o óleo diesel, gasolina, queimadas, entre outros. “A forma como nós estamos consumindo e desenvolvimento economicamente tem consequências. Leva novas consequências maléficas como ondas de calor, eventos extremos, períodos prolongados com temperaturas acima da média, isso gera impacto na industria, agricultura, produção de alimentos, escassez de água devido a evaporação”, afirma o Geógrafo.
O painel intergovernamental sobre as mudanças climáticas da ONU, mostrou no último relatório que os impactos no planeta são considerados irreversíveis. Para o historiador ambiental, Arthur Soffiati, as pessoas passaram muito tempo achando que não havia um problema ambiental, que a humanidade não tinha a mínima capacidade de interferir na estrutura climática que se formou há cerca de 10 mil anos.
“Agora a gente está vendo que interferimos mesmo, a gente verifica hoje que a quantidade de gás carbônico na atmosfera dobrou de 30 bilhões para 60 bilhões. Isso é preocupante, porque isso ameaça a vida das pessoas e a saúde. As pessoas da periferia são as que mais sofrem com isso”, afirma o historiador.
A principal pergunta que precisa ser respondida nos dias de hoje é: como eu posso fazer a minha parte? É o que os pesquisadores falam em soluções baseadas na natureza. Reduzir o consumo, cuidar dos rios e o mais importante: sem a natureza, a gente não vai ter futuro. Tem um mantra muito usado nessas questões ambientais que vale a pena colocar em prática, são os 5 Rs da sustentabilidade: repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar. É uma forma de fazer a redução de impactos. Esse é o momento da ação, não dá pra deixar pra depois as questões ambientais, alguns lugares podem simplesmente desaparecer.
“As pessoas sentem essas questões e esses problemas, mas apenas reclamam e fica por isso mesmo. Os governos também fazem de conta que nada está acontecendo. Quando a gente examina a literatua do século XVIII, a gente vê que havia muitas florestas nessa região Norte Fluminense do estado e os rios atuavam de uma forma regular. Agora, os rios não tem mais o controle das florestas, eles transbordam e inundam. Dependendo da estação do ano, secam por completo, a gente mexeu muito no ambiente. Os governos deveriam tomar iniciativa. Não vou dizer que só eles façam, mas se tiver uma coordenação maior, as pessoas por si só, não vão fazer um trabalho que é coletivo e não individual”, finaliza Soffiati.
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