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Projeto apresenta iniciativas para conservação de mamíferos ameaçados de extinção no ES

Durante cinco anos, equipe desenvolveu modelos de pesquisa e conservação

Mamíferos de médio e grande porte estão entre as espécies mais ameaçadas de extinção na Mata Atlântica, pois dependem de áreas mais extensas para sobrevivência de suas populações e são alvos preferidos de caçadores. Com o objetivo de contribuir para a conservação desses animais, a Ufes e o Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) desenvolveram o projeto Conservação e manejo de mamíferos ameaçados de extinção em paisagens fragmentadas da Mata Atlântica, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e da Vale.

Foram elaborados documentos técnicos, como o Plano para a Conservação do Muriqui-do-Norte na Região Central Serrana e o Guia para a Conservação dos Ungulados no Espírito Santo, além de produtos visando à divulgação científica e à educação ambiental, como o Guia Ilustrado dos Mamíferos Ameaçados no Estado do Espírito Santo, o kit educativo Dona Anta, a série de cartilhas Plantando Novas Ideias, a série de vídeos Ciência para quê?, e a série de vídeos de animação Ecologia e conservação de mamíferos.

Dentre as espécies tratadas pelo projeto, estão o muriqui-do-norte, a anta, os porcos-do-mato, conhecidos por queixada e cateto, e espécies de veados. Esses mamíferos já desapareceram da maioria das áreas de Mata Atlântica e atualmente vivem somente em áreas protegidas. É o caso da região central serrana do Espírito Santo, onde o conjunto de fragmentos florestais ainda protege uma vasta biodiversidade, e o conjunto formado pela Reserva Natural Vale e pela Reserva Biológica de Sooretama, no norte do Estado, que protege grandes mamíferos ameaçados.

“A relevância científica deste estudo perpassa escalas local, regional e global, pois o entendimento da ecologia espacial e populacional dos grandes mamíferos nessas regiões dará uma melhor visão da plasticidade ecológica dessas espécies diante das ameaças que elas enfrentam, ou seja, a capacidade de se adaptarem a diferentes características do ambiente. Em longo prazo, os resultados facilitarão a predição de alterações na paisagem”, explica o diretor do INMA e professor do Departamento de Ciências Biológicas da Ufes, Sergio Lucena, coordenador do estudo.

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Resultados

Como resultado do trabalho realizado durante cinco anos, a equipe desenvolveu modelos de pesquisa e conservação de alguns dos mais carismáticos mamíferos brasileiros e propôs estratégias de manejo populacional, manejo de habitat, educação ambiental e popularização da ciência.

A diretora-presidente da Fapes, Cristina Engel, enfatizou pontos que ela considera relevantes sobre o edital que apoiou a pesquisa. “Um deles é sobre o tema que foi desenvolvido aqui no Espírito Santo e refere-se à questão ambiental da conservação dos grandes mamíferos. O segundo ponto é que esse é um projeto de longo prazo, afinal, foram cinco anos de pesquisa científica. Quando se quer resultados efetivos, é importante que haja investimentos a longo prazo. Outro aspecto que deve ser ressaltado é a união da iniciativa privada, do Governo do Estado e da academia, gerando dados e resultados que possam efetivamente se transformar em políticas públicas”.

A bióloga Andressa Gatti, responsável pelo projeto no norte do Estado, afirmou que esse trabalho poderá contribuir para a preservação da biodiversidade, um dos mais importantes desafios das políticas públicas ambientais. “As metodologias desenvolvidas no projeto poderão ser aplicadas em outras regiões da Mata Atlântica, além daquelas onde o estudo foi realizado. Já as atividades educativas e de difusão científica do projeto contribuirão para a formação de cidadãos conscientes de suas responsabilidades ambientais e do papel da ciência para o conhecimento da natureza”, destaca.

Após o lançamento, os produtos serão disponibilizados nas páginas eletrônicas e redes sociais das instituições participantes e os documentos técnicos serão submetidos aos órgãos competentes, visando à implementação de políticas para conservação das espécies ameaçadas tratadas no âmbito do projeto.


Fonte: Ufes com informações do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA)

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