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Professor Arthur Sofiatti ministrará palestra sobre degradação do Rio Itabapoana no IFF Bom Jesus

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Ele divide estados, abastece cidades, alimenta famílias e, apesar da degradação já sofrida, embeleza a paisagem de parte da região Sul Capixaba e Noroeste Fluminense. Objeto de pesquisa de profissionais de áreas diversas, o Rio Itabapoana será também tema da palestra ministrada pelo professor Arthur Sofiatti na próxima quarta-feira, dia 30 de agosto, às 9h50min, no Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Bom Jesus do Itabapoana. Sofiatti, que é historiador e ambientalista, também participará de um trabalho de campo com a equipe do projeto de produção audiovisual coordenado pelo professor Rogério Fernandes.

O evento será realizado pelo Curso Técnico em Meio Ambiente. O coordenador, professor Carlos Dambroz, incentiva a participação das comunidades interna e externa que vive na bacia do Rio Itabapoana. “A região, infelizmente, representa bem os anos de degradação social e ambiental que o bioma Mata Atlântica sofreu e ainda sofre”, afirma.

O título escolhido por Sofiatti para a palestra foi “Rio Itabapoana: natureza e cultura” e a exposição será dividida em três partes. A primeira abordará o contexto geológico: zona cristalina (serra), tabuleiros e restinga. “Sempre procedo assim porque as pessoas caminham por qualquer terreno sem perceber minimamente o que têm sob os pés”, explica o professor. Em seguida, ele falará sobre a vegetação nativa e, por fim, acerca da cultura e das ações que resultaram em um grande desmatamento na região, incluindo informações sobre o processo de colonização das regiões norte e noroeste fluminense e as grandes transformações operadas na bacia, como barragens, introdução de espécies exóticas e a construção do Porto Central, na foz do rio.

A palestra terá duração de aproximadamente uma hora e meia, com fim previsto para as 11h30min. À tarde, o professor Sofiatti participará de um trabalho de campo com a equipe do projeto de produção audiovisual coordenado pelo professor de história Rogério Fernandes, do IFF Itaperuna. O grupo fará um deslocamento até a Pedra do Garrafão, onde será gravado um depoimento do professor sobre a bacia do Itabapoana.

“Este depoimento será inserido em um documentário sobre o Itinerário de Manoel Basílio Furtado, livro que narra a trajetória do médico mineiro que, em 1873, comandou uma expedição entre Rio Novo (MG) e as Grutas do Caparaó. A expedição ficou um bom tempo em Bom Jesus do Itabapoana e usou o Rio Itabapoana como caminho natural para o seu deslocamento”, explica Rogério. Em 2023, comemora-se 150 anos da jornada comandada por Manoel Basílio.

“Alguns naturalistas europeus registraram suas impressões do rio Itabapoana, mas apenas no seu curso final. No século XIX, não havia muita disposição de penetrar no interior. A natureza e o medo de ataques de povos nativos impedia essa exploração. Com o tempo, essa interiorização foi se tornando possível. Manoel Basílio, que eu saiba, é o primeiro naturalista e trazer informações consistentes do alto curso dos rios Itabapoana e Itapemirim”, conta Sofiatti.

A equipe responsável pelo documentário é composta por estudantes dos cursos de Informática, Alimentos e Agropecuária do Campus Bom Jesus, além de um ex-aluno da unidade e da servidora Paula Bastos.

Nova obra – Sofiatti é autor de dezenas de publicações e continua produzindo conteúdo a partir de suas pesquisas. Segundo ele, o preparo para a palestra no IFF Bom Jesus proporcionou a reunião de material para mais um título entre os de sua autoria. “Após receber o convite para a palestra e para participar do documentário, reuni meus escritos sobre o Rio Itabapoana e concluí que tinha diante de mim um novo livro. Fui estimulado a publicá-lo”, conta. Ainda não há prazo para a disponibilização da obra, cuja organização será feita inteiramente pelo pesquisador.

Currículo – Aristides Arthur Sofiatti Netto é formado em História. Começou a se interessar por questões ambientais a partir de 1978, quando tornou-se não só estudioso do assunto, mas também ativista. Ao cursar mestrado e doutorado, já sabia que desejava ser pesquisador em história ambiental e conta que delimitou seus estudos a partir do anseio por combinar história regional com história global, investigando as relações das sociedades humanas com a natureza.

Professor aposentado da Universidade Federal Fluminense, Sofiatti nem pensa em encerrar suas contribuições à área. “Não me senti desamparado ao me aposentar depois de 40 anos em sala de aula. Eu tinha projetos para desenvolver. A partir da aposentadoria, em 2011, intensifiquei minhas pesquisar e meus artigos, escrevendo para jornais, revistas especializadas e livros”, lembra.

Além dos estudos relacionados ao Rio Itabapoana, participou da Audiência Pública sobre a hidrelétrica de Rosal, integrou o Projeto Managé, redigiu um parecer sobre o Plano Diretor de Espera Feliz e estudou a primeira tentativa de colonização na foz, além de escrever um grande artigo sobre a atividade pesqueira da lagoa Feia do Itabapoana. Também apresentou propostas de criação de áreas protegidas em sua bacia. “Sonhar não custa”, conclui o pesquisador.

Fonte: Assessoria IFF

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