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Reconstrução

Portaria Capixaba do Parque Nacional do Caparaó continua fechada

“Equipe de voluntários se uniram aos profissionais do PARNA para a recuperação das estradas, que foram destruídas durante as chuvas do início do ano”.

O acesso ao Parque Nacional do Caparaó pelo lado capixaba, na portaria do distrito de Pedra Menina, em Dores do Rio Preto, continua fechado. No fim do mês de setembro, o Instituto Chico Mendes de Conservação a Biodiversidade (IcmBio), que administra o local, divulgou a reabertura, com restrições devido a pandemia da Covid 19, da visitação do lado mineiro, pela cidade de Alto Caparaó. As chuvas fortes de janeiro arrancaram as estradas, pontes, casas de apoio, calçamentos e vegetações. A fase agora é de reconstrução, com recursos públicos quase zero, já que se trata de uma instituição federal, empresários e moradores se uniram para recuperar a área. O trabalho ainda está longe de acabar, o que provoca um fechamento por tempo indeterminado e um abalo no turismo que depende do PARNA.

Eles são literalmente os “Amigos do Parque Nacional do Caparaó” vendo os estragos que assolaram a estrutura resolveram partir para ação, isso logo após as chuvas, resolveram fazer mutirões, mobilizaram prefeituras, pedem doações e vendem camisas, para arrecadar dinheiro para as obras. Boa parte dos envolvidos trabalha como guia, tem algum tipo de negócio ligado ao turismo, vive da agricultura local ou simplesmente, não consegue ver o caminho para o Pico da Bandeira, ter tantos obstáculos e fechado para o público. Os membros do Circuito do Caparaó estão atuando na ação, até porque, esperar não é uma escolha para eles!

De acordo com o Presidente do Circuito do Caparaó, Marcelo Sanglard, o fechamento do PARNA atrapalhou o turismo, porque os visitantes tem o hábito circular entre os estados, gostam de conhecer os atrativos de Minas Gerais e ao mesmo tempo, do Espírito Santo, que se complementam em todas as viagens. Só no ano passado, cerca de 20 mil pessoas entraram pelo lado capixaba, pelo número é possível ter uma noção da queda na visitação.

“Esse pessoal não transitou na região, deixaram de entrar no parque e a maioria vem de outros estados e não pode impulsionar o turismo, está sendo um grande prejuízo para quem vive do ramo. Para tudo voltar ao normal, fica difícil precisar um prazo certo, porque ainda depende de obras maiores e complexas de engenharia”, comenta Marcelo, que acrescenta ainda, que o parque está sem estrutura para cobrança e não tem recurso, já que a responsabilidade é do Governo Federal.

O primeiro mutirão foi realizado no dia (15) de fevereiro, em seguida, mais dois aconteceram, depois veio a pandemia do novo coronavírus e as coisas ficaram ainda piores, algumas ações pararam, seguindo a risca as medidas sanitárias estabelecidas. Até agora, já foi possível recuperar três pontes de madeira que tinham sido completamente destruídas.

“A água desceu o vale com tanta força que a Casa Fria, local de alojamento, foi arrancada. Nas estradas a enxurrada foi arrastando calçamento e destruiu tudo. Houve uma vistoria do IcmBio que apontou cinco projetos para serem feitos, mas não tem recurso financeiro. O que conseguimos com ajuda foi alugar caminhão, as madeiras de eucalipto que foram plantadas indevidamente dentro do território do parque, foram usadas na reforma. Vale lembrar também, que a Prefeitura de Dores do Rio Preto já mandou duas vezes apoio com máquinas. Nos mutirões fazemos o que dá pra fazer com a mão: tirar terra, capinar e colocar o calçamento”, afirma Marcelo.

Para esse grupo de apaixonados pelo PARNA qualquer ajuda vem em boa hora, a mínima doação representa parte da mudança que é preciso no local. “As pessoas estão fazendo algumas doações, desde prego para as pontes até cimento, existe também quem doa comida para os voluntários. Nas redes sociais, estamos divulgando a venda de camisas, todo lucro arrecadado será destinado a recuperação do Parque. A associação do circuito Caparaó Capixaba tem ajudado muito, custeando várias coisas, entre elas, um corrimão de 30 metros que será instalado na chegada do Pico do Calçado”, conta Jorge Adriano Peixoto, guia do PARNA, que fala ainda sobre a preocupação com as chuvas que se aproximam.

Projetos pra futuro

E em meio a tanta dificuldade ainda é possível fazer planos para o futuro. Já que a Casa Fria foi arrancada, engenheiros do IcmBio avaliaram a área, eles pretendem transformar o lugar, em mais um atrativo para os visitantes. “Metade da área que foi arrancada, a gente pretende fazer uma varanda já que passa um riacho em baixo, seria um bom acesso para um banho. Estamos mirando ações menores que é possível fazer”, destaca Marcelo, o Presidente do Circuito do Caparaó.

Desenvolvimento do Circuito do Caparaó

Hoje o Circuito do Caparaó Capixaba tem 31 empreendimentos e estão divididos nos municípios de Guaçuí, Dores do Rio Preto, Divino de São Lourenço e Ibitirama. O fechamento do PARNA refletiu no desenvolvimento do turismo local, já que o parque é um dos principais atrativos da região. “Estávamos num processo de expansão quando vieram às chuvas em janeiro e a atividade turística praticamente paralisou. Aos poucos, a gente vai retomando. Acreditamos que só no mês de janeiro, as coisas estejam bem melhores que agora”, finaliza Marcelo.

Portaria Mineira aberta com restrições

No site oficial do IcmBio foi comunicado a abertura da Portaria Mineira no dia (21) de setembro, seguindo a risca os protocolos da Organização Mundial da Saúde, houve redução nos horários e nos acessos. O funcionamento será permitido, de 9 da manhã até as 15 horas, sempre de segunda a sexta-feira, sem abertura durante os finais de semana. O visitante é obrigado a usar máscara e trazer de casa, álcool em gel. Os passeios estão permitidos da Portaria até a Tronqueira, já os atrativos acima desse ponto, como o Vale Encantado, por exemplo, não poderão ser acessados. Da mesma forma o Pico da Bandeira, também continua fechado. Não haverá acampamentos e nada de churrasco no Vale Verde. O limite diário será de 250 pessoas.

Saiba como é o PARNA:

Localizado na Serra do Caparaó, na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, o Parque Nacional do Caparaó é um dos destinos mais procurados pelos adeptos do montanhismo no Brasil. Abriga o terceiro ponto mais alto do País, o Pico da Bandeira, com 2.892 metros de altitude. Além das trilhas, os visitantes podem se deliciar com banhos em cachoeira e piscinas naturais, observar deslumbrantes visuais da Serra do Caparaó e região, com belos espetáculos no alvorecer e no pôr do sol.

Ajude na reconstrução:

– Basta seguir os @amigosdoparquecaparao no instagram para saber como adquirir as blusas, além disso é possível fazer doações em dinheiro na conta: Bancoob/Sicoob, Banco nº 756, Agência: 3003, C/P: 63.257.610-3, tudo em nome da Associação Circuito Caparaó Capixaba, com o CNPJ: 25.026.945/0001-03.

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