Projeto segue para outras cidades do Rio com uma agenda mais enxuta
Depois de uma semana intensa de programação cultural e debates a partir dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pelas Nações Unidas (ONU), a Glocal Experience chegou ao fim na Marina na Glória, mas segue agora colhendo os frutos destes dias de experiências por um mundo melhor. O evento mesclou Expo e Conferência, discutindo a sustentabilidade em quatro pilares: água, clima, energia e resíduos.
Segundo os organizadores, o projeto seguirá para outras cidades do Rio com uma agenda de atividades mais enxuta, que inclui instalações artísticas, seminários na área corporativa e debates. Além disso, começa agora um processo chamado ‘cenários transformadores’, que vai promover oficinas até o final do ano, com 40 pessoas que representam diversos setores do estado do Rio.
Os ODS são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
Com a Glocal Experience, a proposta foi alinhar ainda mais as ações com as lideranças locais e globais, governantes, empreendedores e representantes da sociedade civil, que estiveram presentes durante a semana de evento.
A secretária-geral da Regions4, rede que representa governos regionais em processos da ONU, Natalia Uribe, lembrou, logo na abertura, que essa é a década para ações que serão decisivas para o futuro das pessoas e do planeta.
A diretora interina do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil, Roberta Caldo, destacou a importância de trabalhar com especificidades locais na busca pelo desenvolvimento sustentável.
Além das propostas para um futuro sustentável do planeta, temas como combate ao racismo e liderança feminina também fizeram parte das discussões com a participação de pessoas de comunidades, escolas e periferias.
Entre os destaques foram discutidos os recursos hídricos, saneamento, caminhos para transição energética, resíduos sólidos e proteção dos oceanos. Nestes últimos, a ONU prevê que, em 2050, haverá a mesma quantidade de plástico do que a de peixes, destacou-se na palestra “Um outro olhar para o oceano”.
— A maior luta é contra a desinformação, contra setores que tentam enganar a gente dizendo que não temos um problema a resolver. E não temos muito tempo. Temos que botar as mãos à obra — alertou a jornalista Sonia Bridi, autora do livro “Diário do Clima”.
O último painel da Arena de Diálogos: ODS da ONU e por que precisamos falar sobre isso, teve a presença de Regina Casé, Denise Hill e Raull Santiago.
“No Brasil só́ 40% da população tem acesso à água. Precisamos reduzir essa desigualdade. E isso é só́ um ponto”, citou Regina Casé.
Em 25 de setembro de 2015, 193 líderes mundiais se comprometeram com 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável.
São eles:
ODS 1 – Erradicação da pobreza: acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
ODS 2 – Fome zero e agricultura sustentável: acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
ODS 3 – Saúde e bem-estar: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
ODS 4 – Educação de qualidade: assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
ODS 5 – Igualdade de gênero: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
ODS 6 – Água potável e saneamento: garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.
ODS 7 – Energia limpa e acessível: garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos.
ODS 8 – Trabalho decente e crescimento econômico: promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.
ODS 9 – Indústria, inovação e infraestrutura: construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.
ODS 10 – Redução das desigualdades: reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles.
ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis: tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
ODS 12 – Consumo e produção responsáveis: assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima: tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.
ODS 14 – Vida na água: conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
ODS 15 – Vida terrestre: proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da Terra e deter a perda da biodiversidade.
ODS 16 – Paz, justiça e instituições eficazes: promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
ODS 17 – Parcerias e meios de implementação: fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.