Será que o rio cheio é sinal de limpeza da vegetação? Quem passa pelo rio Paraíba do Sul, em Campos, interior do estado do Rio de Janeiro, nessas últimas três semanas notou como o rio está cheio, as águas dos afluentes que ficam em Minas Gerais e São Paulo chegaram com muita velocidade, tanta que a conta chegou aos quase 9 metros, sendo que o transbordo é de 10,40 metros.
O rio Paraíba quando corta a cidade de Campos vive dois graves extremos durante todo ano: a seca e a cheia. Sendo que a seca costuma levar até oito meses, a cheia apenas algumas semanas. Diferente do ano passado, em 2021 a cheia não trouxe prejuízos, pelo contrário o volume de água serviu para fazer uma espécie de limpeza na calha, uma forma também de diluir o esgoto que ainda é presente na água e também abrir a barra da foz, em São João da Barra.
“Nós montamos um grupo de trabalho para estudarmos essas situações e fazer avaliações. Estamos passando por uma cheia razoável, pela rapidez que a água subiu e desceu. Por ter tido duração de poucos dias, não causou prejuízos na região. No Sul do RJ e em algumas cidades paulistas, sim”, destaca João Siqueira, Presidente do Comitê da Bacia do Baixo Paraíba do Sul.
Para o campista é estranho ver tanta água no rio vinda de outros lugares, isso porque na cidade quase não tem chovido nas últimas semanas, quando chove não é suficiente para suprir as necessidades das lavouras e também do pasto para os animais. O clima de Campos vem ficando cada vez mais próximo do semiárido, segundo especialista da cidade.
Mais água passando pela cidade é sinal de menos produto usado para limpeza na hora de captação. “Quando a vazão é mínima, com tantos desvios e transposições acima do rio, a qualidade da água para o consumo cai também. Isso porque a empresa responsável pelo abastecimento, precisa usar mais produtos químicos para fazer o tratamento. Já quando a água está mais barrenta, as impurezas como o esgoto, decantam junto com o barro”, lembra João.
Paraíba volta a baixar
Na medição do rio Paraíba do Sul nesta segunda-feira (18), a cota está em 7,05 metros. Durante o fim de semana, o rio baixou quase três metros. Isso porque a chuva deu uma trégua nas cidades mineiras e também paulistas.
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