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UENF desenvolve tecnologia para remediação de petróleo utilizando bucha vegetal

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Quatro anos se passaram desde que ocorreu a maior tragédia ambiental por derramamento de petróleo da história do Brasil. Em 30/08/2019, mais de 5 mil toneladas de petróleo cru — material altamente tóxico — apareceram no litoral do Nordeste, atingindo mais de 130 municípios em 11 estados brasileiros. Pesquisadores da UENF produziram um material que promete remediar, a um baixo custo, este tipo de acidente, utilizando bucha vegetal.

Intitulada “Bucha vegetal revestida com nanopartículas magnéticas para remoção de derramamentos de óleo”, a pesquisa é da doutoranda Luana Cecília Mello Cantagesso, que tem a orientação da professora Georgiana Feitosa da Cruz, do Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (LENEP) e coorientação da Dra. Aryane Tofanello da Universidade Federal do ABC.

Georgiana explica que o principal objetivo da pesquisa é produzir um produto de baixo custo e que tenha uma fácil operacionalização na escala real. A solução encontrada foi o uso da bucha vegetal funcionalizada com um óxido altamente biomineralizável: a magnetita. O produto já gerou uma solicitação de patente na Agência UENF de Inovação.

Ela explica que, quando ocorre um derrame de petróleo existem duas ações que são feitas de forma imediata. A primeira ação envolve a utilização de barreiras de contenção (“operação de skimming”) para evitar o espalhamento da mancha e retirar a maior parte do petróleo derramado. Depois, a segunda ação visa retirar a água oleosa que restou. Nesta fase utiliza-se bombas que ficam em navios ou barcos.
— Além do alto custo, há o inconveniente de ter que transportar essa água oleosa para a costa e, depois, fazer um tratamento nela para só depois poder descartá-la. Então existe uma logística muito grande envolvendo todo esse trabalho. Nosso objetivo é simplificar e baratear esse processo — explica Georgiana.

A ideia é desenvolver uma tecnologia que faça essas duas coisas ao mesmo tempo. Por ser feita de esponja, ela consegue agir como material de contenção, barrando o espalhamento do petróleo e, ao mesmo tempo, por ser uma esponja funcionalizada com essas nanopartículas, consegue também adsorver as gotículas de óleo que ficam na água, sem absorver essa água.

De acordo com as orientadoras, Georgiana e Aryane, os resultados foram bastante promissores. Em simulação de derrame no laboratório, a tecnologia conseguiu retirar do ambiente marinho cerca de 87% do petróleo. No momento, os pesquisadores estão aprimorando a tecnologia, com o objetivo de testá-la numa escala maior.

Fonte: Ascon Uenf

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