“Uma ação voluntária que começou há sete anos, transformou de verde o campus da instituição e se tornou exemplo de sustentabilidade”.
Horta no quintal de casa? não mesmo, mas quase isso, no quintal do Instituto Federal Fluminense de Guarus, em Campos, no norte do Estado do Rio de Janeiro. Uma iniciativa se transformou em um grande exemplo de mudança. Há sete anos, o primeiro diretor da instituição comprou mudas de plantas frutíferas, foi depois desse primeiro passo que uma servidora resolveu dar continuidade a “Horta do IFF”. O que começou com as frutas, logo deu espaço para muitos canteiros de legumes, verduras, hortaliças, árvores nativas e flores. A colheita é certa quase toda semana, servidores e prestadores de serviço recebem produtos de qualidade, mas não é só isso, o lugar se tornou em um laboratório a céu aberto para os cursos de meio ambiente, sem falar, do bem estar que é ficar cercado de verde.
Os olhos da servidora Raquel de Azevedo Carneiro, que é administradora do IFF de Guarus, chegam a brilhar quando falam desse projeto. Uma iniciativa que pareceu simples, e se tornou exemplo para muitas pessoas, claro que ela não teria conseguido sair do lugar se não fosse o empenho de outro funcionário, o Seu Nerílton, jardineiro que deu um empurrãozinho para esse sonho sair do papel.
“Atrás da minha sala, isso há 7 anos, tinha um local cheio de entulho, resultado das obras no campus. Estava incomodada com aquilo, fui lá ver o que poderia fazer para mudar aquela realidade. Seu Nerílton me incentivou, sai para comprar sementes, ele tinha feito cinco canteiros, semeamos sem ninguém ficar sabendo, dois meses depois, começou a nascer e já tínhamos alface para entregar. Todos ficaram encantados”, lembra Raquel.
Tudo funcionou feito uma onda de coisa boa, ou aquele vento, que refresca e limpa o ambiente. O tempo foi passando e mais canteiros foram feitos no IFF Guarus, a direção autorizou a continuidade dessa ação e as pessoas também aprovaram. Em dois anos, as árvores começaram a colorir a instituição. São acerolas, jabuticabeiras, lichias, maçãs e espécies que nem são tão plantadas em Campos, mas mostram que frutificam nessas terras.
“Toda semana faço o dia da colheita, inicialmente dou as coisas para quem trabalha aqui, o meu objetivo é atingir os alunos também. Esse ano está sendo atípico, mas os estudantes passam nos pés de frutas e comem. Fico feliz que o local está bem arborizado e ainda serve, para as aulas dos cursos de meio ambiente”, destaca Raquel.
O projeto já chegou a ter bolsistas estudantes, para aprenderem e também ajudarem no cultivo, mas ao longo dos anos acabou ficando só três funcionários, que dão conta de outros trabalhos no campus, mas não deixam de trabalhar na horta. Tudo é feito com material reutilizado, mas os servidores conseguem doar mudas e pedem também doações, principalmente de esterco, para ajudar no fortalecimento do solo.
É difícil contabilizar os números desse projeto, fica mais fácil sentir seus benefícios e quem sabe, também o exemplo. De acordo com a administradora, Raquel de Azevedo, de um tempo pra cá, tudo vem sendo registrado em fotos que comprovam o desenvolvimento do lugar. Até o momento, já foram plantadas 310 árvores frutíferas e 56 espécies de frutas.
Abrir as portas da instituição para a divulgação do projeto é uma missão da “Horta do IFF”. No ano passado, foi feita a ação: “Brincando eu Aprendo”. Filhos de servidores tiveram acesso ao espaço, puderam semear, plantar e até colher. Uma diversão que não deixa de ser uma colheita, até porque, muitos tiveram a vontade de repetir a horta em casa. Quem disse que o amor não é contagioso?
“Eu não me canso de cuidar desse espaço. No aniversário de um servidor dou presente, tudo feito com de verduras, hortaliças, frutas ou legumes. Quando chega um palestrante aqui na instituição, também faço presentes do que vem da horta. Já abrimos as portas para comunidade, escolas e até ensinei a fazer uma horta em um abrigo de Campos. As pessoas receberam estimulo, muitas me mandam fotos, vídeos, pedem dicas e fizeram diferente em casa também. Pessoas que tiveram depressão, a horta foi o caminho para a cura”, conta satisfeita Raquel, com a certeza que o trabalho que começou de um incomodo de uma paisagem, ganhou espaço e lindos frutos.
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