Ontem (22/8), a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) sediaram o primeiro encontro para a sensibilização dos municípios acerca da Rede Parceiro Olho no Verde. O evento, que aconteceu de maneira híbrida, on-line e no auditório dos órgãos ambientais estaduais, recebeu gestores e técnicos municipais para capacitá-los sobre o programa e para convidar novos integrantes que poderão atuar de maneira conjunta no combate ao desmatamento.
Com o objetivo de reforçar as relações entre Inea, Seas, e os municípios, o encontro serviu como um convite para que novas parcerias sejam feitas. “Estamos trabalhando para a ampliação do Olho no Verde, que recentemente foi institucionalizado. Ele não é mais um projeto, mas sim um programa de estado que hoje tem a possibilidade de ter outros atores fazendo parte”, afirmou a subsecretária de Mudanças Climáticas e Conservação da Biodiversidade (Subclim) da Seas, Marie Ikemoto.
Para a subsecretária, houve um grande avanço interno, porém, é importante que as soluções desenvolvidas sejam compartilhadas. “Entendemos que é fundamental, dentro do esforço de combate ao desmatamento, atuarmos de forma integrada. A ideia da Rede Parceiro no Verde, que estamos divulgando hoje, é justamente compartilhar todo esse conhecimento, a experiência, e as ferramentas que utilizamos. Estamos abrindo as parcerias não apenas para os municípios, mas também para os entes do poder público federal, como ICMBio e Ibama,”, finalizou Ikemoto.
A parceria funcionará por meio de um termo de adesão estabelecido entre a Seas e os municípios, mediante inscrição prévia das prefeituras interessadas em unir esforços no monitoramento e na preservação das florestas.
“Só vamos conseguir avançar no combate ao desmatamento com duas estratégias básicas: o uso da tecnologia e contar com nossos parceiros. Recentemente tivemos reuniões com a esfera federal, e os municípios também são fundamentais nesse processo. Recebemos centenas de alertas por mês, muitos que se originam nos municípios, então é essencial que cada um se engaje”, afirmou o presidente do Inea, Philipe Campello.
O evento trouxe, ainda, o panorama atual do programa e do encaminhamento dos alertas, apresentado pela coordenadora de Gestão do Território da Seas, Juliana Vasconcellos. Em seguida, a assessora técnica da Subclim Amanda Rodrigues explicou sobre o processo de institucionalização do Olho no Verde e sobre a Rede Parceiro Olho no Verde a partir das Resoluções Conjuntas SEAS/INEA n° 103 e 104/2023.
Sobre o Olho no Verde
Desde 2016, a Seas e o Inea utilizam o programa Olho no Verde para realizar o monitoramento ambiental por meio de imagens de satélite, sendo possível detectar automaticamente alertas de desmatamento no estado do Rio de Janeiro. As informações são enviadas às equipes de fiscalização dos órgãos ambientais estaduais de maneira estratégica e inteligente. O programa é capaz de identificar supressão ilegal de vegetação a partir de 50 m² em mangues e restingas e 200 m² em florestas.
Na sala de situação, as equipes disponíveis se reúnem para validar individualmente cada alerta recebido. Até o momento, já foram atendidas mais de 1800 notificações de desmatamento. Com o tempo, o Programa também se tornou um fomentador de parcerias. Espera-se a consolidação de parcerias com os diversos entes federativos, além do Ministério Público Estadual, SOS Mata Atlântica, MapBiomas, entre outros.