“Com o aumento do consumo, a reciclagem se tornou fundamental para não vivermos em montanhas de lixo”
A estrutura no processo de reciclagem precisa ser pauta sempre nos dias de hoje, educação ambiental nas escolas, separação de residuos nos condomínios e pessoas que aprendam a importância da reciclagem para não vivermos em montanhas de lixos. Segundo dados do Banco Mundial, estima-se que a população mundial gere, anualmente, até 2030 um volume de 2,59 bilhões de toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos. A projeção para 2030 na América Latina é de mais de 1kg de RSU por pessoa ao dia. Com todo esse volume o que seria da gente sem a reciclagem?
A urbanização, os bens de consumo cada vez mais acelerados e feitos para quebrarem, bem como o aumento no nível de consumo têm contribuído para o crescimento exponencial da quantidade de resíduos gerados nas cidades e na zona rural, que antes não tinha tanto a presença dessa produção. O descarte inadequado e sem planejamento pode alterar o lugar que vivemos.
De acordo com a Abrepel, Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública, a ABRELPE, que é uma associação voltada à criação, à ampliação, ao desenvolvimento e ao fortalecimento do mercado de gestão de resíduos, em colaboração com os setores público e privado, em busca de condições adequadas à atuação das empresas. O panorama do ano de 2022 mostrou que desde meados de 2021, observou um retorno gradual das atividades aos padrões que perduravam antes da pandemia e, com isso, o processo de consumo e manejo dos materiais descartados pela população passou novamente por transformações importantes. Além do retorno presencial do trabalho, estudo e demais nuances do dia a dia, a adoção de modelos híbridos passou a ser incorporada nas dinâmicas sociais em maior nível, reordenando os centros de geração de resíduos.
“Além disso, o ano de 2022 também foi bastante representativo para o setor de gestão de resíduos sólidos no Brasil em termos normativos, a começar com a edição do Decreto no n° 10.936/2022, que trouxe nova regulamentação para a Lei n° 12.305/2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Decreto no 11.043/2022, que instituiu o Planares – Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o principal instrumento previsto na Lei, que estabelece as estratégias, diretrizes e metas para o setor, num horizonte de 20 anos”, detalha o Panorama.
Ambos instrumentos reforçam os princípios e definições da Plano Nacional de Resíduos Sólidos, PNRS, vigentes há mais de uma década, e trazem mais clareza e objetividade na sua aplicação, com vistas a viabilizar a transição de um sistema ainda linear de gestão de resíduos, para uma gestão com maior foco na circularidade, no aproveitamento dos resíduos como um importante recurso, capaz de assegurar a proteção do meio ambiente e melhores condições de saúde, com potencial de atrair mais recursos para movimentar a economia e promover a geração de emprego e renda em todas as regiões do país, trazendo também uma importante contribuição para a agenda climática.