Como um Porto especializado em offshore pode virar modelo de transição energética? Essa é a busca do Porto do Açu, em São João da Barra, que fica ao Norte do Rio de Janeiro, para se destacar com fontes de energia que poluam menos, nesse processo várias medidas já estão sendo tomadas. É o que os especialistas chamam de indústria do futuro, com preocupação nas questões ambientais e sociais.
A transformação feita pelo Porto do Açu já começou em todo estado do Rio de Janeiro, ele é o maior complexo porto-indústria privado da América Latina. Sua área é um pouco maior que a cidade de Vitória, no Espírito Santo, isso porque, a Capital Capixaba tem 93,98 Km², o Porto 130 km². O volume de operações é grande no complexo portuário, em oito anos, a estrutura cresceu de 1 para 10 terminais, sendo que um terço dos terminais do estado do RJ está no Açu. São 20 empresas instaladas, entre elas, fábricas de flexíveis modernas. O terceiro maior terminal de ferro do país também está instalado no Porto. Os números econômicos do complexo mostram a sua potência, o Porto tem a maior base offshore do mundo, responsável por 40% das exportações brasileiras de Petróleo.
Muitas empresas estão de olho nesse potencial, principalmente para implementação de energias sustentáveis. Por enquanto, o mais perto disso, de seguir essa necessidade ambiental está na produção de gás natural, que também está em expansão. Uma termelétrica está em funcionamento, a expectativa é que novos empreendimentos neste setor, o Porto terá o maior Parque a Gás Natural da América Latina. O gás natural faz parte desse processo de transição energética, já que pode reduzir até um quarto da emissão de carbono, se comparado, por exemplo, ao carvão.
“Quando você pensa na transição do combustível fóssil, para uma energia renovável, a gente sabe da necessidade e da importância do gás que não vai acontecer da água para o vinho. A utilização e o papel do gás natural, seja na termelétrica, mas também gás com insumo industrial, a partir do Gás Natural, você consegue diminuir de diferentes cadeias industrias, seja da siderurgia, seja da produção de fertilizante, entre outras”, explica, Fernanda Sossai, Gerente de Sustentabilidade do Porto do Açu.
A transição energética, que é a mudança de médio a longo prazo, para deixar de usar combustíveis fósseis para outros, com baixa ou zero emissão de carbono, tem sido uma corrida de pesquisas, mudanças de planos e interesse de grandes empresas. O Porto do Açu já tem um projeto que mostra novas energias, que são: biomassa, biogás, energia solar, eólica offshore e hidrogênio. Uma passo importante para descabonizar muitos setores, principalmente a indústria.
“A gente falou um pouco da importância do gás, nesse processo de transição, mas quando a gente olha o fim que é onde a gente quer chegar, que é na industrialização do futuro, na industria de baixa emissão, a gente está saindo do período de transição do gás e olhando para o hidrogênio. Quando a gente começa a ter a disponibilidade dessa molécula, que está sendo tão falada é que a gente começa a desencadear esses processos produtivos, de baixo carbono”, afirma Fernanda.
Vários critérios deixam o complexo a frente dessa corrida, o planejamento desde sua construção, a geografia já que está localizado no sudeste do Brasil, em um dos maiores mercados consumidores do país, e também as questões naturais, principalmente quando se fala em eólica offshoore.
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