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Andresa Alcoforado

- Jornalista, Gestora Ambiental e pós-graduada em Energia, Sustentabilidade e Empreendedorismo

Mulheres fortes da Catasol

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O que você faz com o resíduo da sua casa? Separa? Para você lixo e para muitos o principal meio para sustentar a família, mas infelizmente muitas pessoas ainda não fazem da separação uma responsabilidade social. O fato é que milhares em várias partes do Brasil, lutam pelo direto de reciclar e transformar os valores em dignidade, muitas dessas pessoas são mulheres que encontraram na reciclagem um espaço no mercado de trabalho. Só que as trabalhadoras, ainda enfrentam dificuldade com a falta de poíticas públicas e a invisibilidade do setor.

Em Campos, existem 17 mulheres que estão nessa luta diária, as vezes pensam em desistir, ganham um espaço e voltam a acreditar, mais que isso, ainda sonham com o reconhecimento social, mas principalmente ambiental do trabalho que elas excercem todos os dias. A Cooperativa Catasol em Campos, Cooperativa de Trabalho de Catadores Solidários, fica no bairro da Aldeia, em Guarus, em Campos dos Goytacazes. Uma história que já tem uma década, mas que começou muito antes, no lixão da Codin, também em Guarus.

A Catasol foi criada, depois que o lixão da Codin fechou, a pouco mais de 10 anos. Todo mundo que hoje é um cooperado, no passado, também trabalhou no lixão. Elas resistiram a condições desumanas, hoje encontram mais estrutura, só que os desafios são outros. Com as leis ambientais, o lixão fechou e foram criadas cooperativas com pessoas que trabalhavam no lugar. Além da Catasol, mais três cooperativas foram criadas em Campos. Só que mais de uma década depois, todas continuam enfrentando o mesmo problema: falta de material.

Como se não bastasse a busca por materiais e parceiros, depois da pandemia os cooperados passaram a enfrentar outro desafio: que foi a queda no valor dos materiais. O problema é nacional e afetou em cheio a Catasol, com a baixa no material muitas pessoas passaram a não separar os resíduos, alguns compradores passaram a não passar mais e a conta no final do mês, nem sempre fecha. O papelão chegou a custar R$ 1,40 o Kg, hoje gira em torno de R$ 0,20 centavos. O plástico no auge da pandemia era vendido a R$ 5,00 o kg, hoje o máximo é R$ 1,50.Um mercado que tem sido cruel para quem mais precisa. Já existe uma mobilização nacional sobre o problema.

A Catasol hoje tem espaço, organização de trabalho e o que é mais forte: cada mulher dessa tem um sonho e elas sabem onde querem chegar. O fato é que podemos fazer mudanças na vidas dessas mulheres, separando nossos resíduos e entregando na cooperativa. Fazendo ações que nos ajudem a preservar o lugar que vivemos e ainda por cima, transformar o sonho delas em realidade.

Recicle com a Catasol: (22) 99734 5258

Acompanhe a matéria que o Rota Verde fez com a Catasol:

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