A imagem registra abelhas polinizando flores de cactos no deserto mexicano. A polinização é fundamental, pois é a base da produção de mais de 75% das plantações do mundo. / Foto de CHRISTIAN ZIEGLER
A imagem registra abelhas polinizando flores de cactos no deserto mexicano. A polinização é fundamental, pois é a base da produção de mais de 75% das plantações do mundo. / Foto de CHRISTIAN ZIEGLER

Por que a extinção das abelhas pode causar um colapso global?

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Abelhas: pequenas no tamanho, gigantes na importância

Embora sejam minúsculas, as abelhas estão entre os principais pilares da vida na Terra. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), esses insetos são responsáveis por mais de 75% da polinização das culturas agrícolas globais, como frutas, legumes, nozes e sementes. Ou seja, elas desempenham um papel direto na segurança alimentar de bilhões de pessoas.

Além da polinização, as abelhas produzem mel, pólen, cera, própolis e geleia real, produtos de alto valor nutricional e comercial. A apicultura também gera renda para milhares de famílias em diferentes partes do mundo, destaca o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Um apicultor usa um defumador de abelhas para desorientar os insetos a fim de que ele possa inspecionar as colmeias. A apicultura é uma atividade econômica importante. / Foto de Nadia Shira Cohen

Um cenário preocupante: o declínio das populações de abelhas

Apesar de sua importância, as abelhas estão desaparecendo em ritmo alarmante. Entre os principais fatores estão:

  • Perda de habitat natural
  • Uso intensivo de pesticidas e agroquímicos
  • Mudanças climáticas
  • Práticas agrícolas industriais

Segundo o PNUMA, essa combinação de ameaças está colocando muitas espécies de polinizadores em risco de extinção, o que pode desencadear efeitos em cadeia nos ecossistemas e na produção de alimentos.

O que aconteceria se todas as abelhas desaparecessem?

De acordo com a Encyclopedia Britannica, o sumiço das abelhas teria consequências catastróficas:

  • Plantas polinizadas exclusivamente por abelhas, como algumas orquídeas, não conseguiriam se reproduzir naturalmente e acabariam extintas.
  • Isso alteraria cadeias alimentares inteiras, afetando aves, mamíferos e outros animais que dependem dessas plantas para sobreviver.
  • Ecosistemas inteiros se desequilibrariam, levando ao colapso de habitats e à extinção de outras espécies interdependentes.

Em resumo: a perda das abelhas não afetaria apenas flores e alimentos, mas toda a biodiversidade planetária.

Na foto, a abelha marcada em amarelo (aproximadamente no centro da imagem) é a rainha dessa colmeia. Em geral, há apenas uma rainha em cada colmeia e ela é alimentada, seguida e protegida pelas abelhas operárias. O mundo precisa de abelhas saudáveis e de outros insetos para polinizar as plantações, mas as mudanças no uso da terra que diminuem a abundância de flores podem afetar os serviços de polinização, afirma o Serviço Geológico dos Estados Unidos (United States Geological Survey, da sigla USGS). / Foto de Marisa Lubeck/USGS Dominio Público

Como a extinção das abelhas afetaria a alimentação humana?

Embora cereais como arroz, milho e trigo dependam mais da polinização pelo vento, frutas, legumes e nozes — alimentos essenciais para uma dieta equilibrada — dependem diretamente da polinização por insetos, especialmente as abelhas.

A Britannica alerta que, com o desaparecimento das abelhas:

  • A produção de alimentos como maçãs, tomates, amêndoas, cacau e café seria drasticamente reduzida.
  • A polinização manual ou robótica até poderia ser uma alternativa, mas seria caríssima e inviável em larga escala.
  • Isso tornaria produtos frescos escassos e caros, afetando a nutrição humana e aumentando a fome global.

Segundo a FAO, a substituição de culturas nutritivas por alimentos básicos mais fáceis de cultivar, como batata e arroz, pode resultar em desequilíbrios alimentares e dietas pobres em nutrientes.

Sem abelhas, o mundo muda

Sem as abelhas:

  • Algumas culturas agrícolas deixariam de existir;
  • Outras só sobreviveriam por meio do esforço de produtores amadores ou tecnologias caras e limitadas;
  • E muitas áreas agrícolas se tornariam economicamente inviáveis.

Isso implicaria não apenas em perda de alimentos, mas também em desemprego rural, colapso econômico em regiões agrícolas e degradação ambiental em larga escala.

A urgência de proteger as abelhas

A boa notícia é que ainda há tempo para reverter o cenário. Especialistas e organizações como o PNUMA reforçam a necessidade de:

  • Reduzir o uso de pesticidas nocivos;
  • Preservar habitats naturais e flores silvestres;
  • Apoiar práticas agrícolas sustentáveis;
  • Investir em pesquisa sobre polinizadores;
  • Educar a população sobre o papel vital das abelhas.

As abelhas são muito mais do que fornecedoras de mel — são um elo vital para a vida como conhecemos. Sua extinção provocaria um efeito dominó irreversível sobre a biodiversidade, a agricultura e a alimentação humana.

Proteger esses polinizadores é proteger o futuro do planeta. A urgência é real, e as ações precisam acontecer agora — no campo, nas cidades, nos governos e nas nossas escolhas diárias.

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