“Eles retiram do ambiente o que poderia causar problemas e conseguem sobreviver, com o dinheiro que consegue com a venda de resíduos”
Andar pelas ruas a procura de sustento, essa é a missão literalmente dos catadores de materiais recicláveis em qualquer parte do país. Eles enfrentam chuva, sol demais, encaram peso e quase sempre, lixo que não foi armazenado ou separado de forma correta. Tudo que conseguem recolher, vendem para as empresas de reciclagem, ou mesmo, passam para as cooperativas. A falta de educação ambiental tem prejudicado e muito esse trabalho, não podemos esquecer que além de conseguirem sustentar suas famílias, os catadores ajudam a tirar de terrenos, rios e ruas muito materiais que contaminam o ambiente.
Cada um com sua história, que geralmente incluem sonhos e muitos desafios, mas quase sempre a dificuldade de sustentar suas famílias com o pouco que conseguem recolher. O Lucas Ribeiro Silva, de 31 anos, é um exemplo da dificuldade de ser um catador pelas ruas de Campos, no Norte Fluminense, maior município do Rio de Janeiro. Ele precisa percorrer pelo menos cinco bairros em um dia, mesmo assim a renda mensal gira em torno de R$ 300,00.
“Sou catador há 15 anos e dependo disso, está difícil o trabalho e então preciso percorrer muitas ruas para ter um volume do material. As pessoas não separam direito o material, as vezes me corto porque encontro vidro, ou mesmo, o resíduo está sujo porque as pessoas não separam direito”, afirma Lucas.
É bom lembrar que o catador de material reciclável é considerado um importante agente ambiental, pois aumenta o índice de coleta seletiva no Brasil dando andamento a uma cadeia sustentável com a possibilidade de reaproveitamento e reciclagem de produtos inutilizados. Mesmo com toda essa importância ainda falta apoio dos governos e outras instituições.
“A gente está coletando, encontramos no meio da rua muito material, eu tenho certeza que ajudamos e muito a Prefeitura. A gente vai coletando e reciclando, evitando a dengue e outras doenças. Se tivéssemos uma ajuda para ter mais material, seria em melhor”, conta o catador.
A estimativa do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Reciclados, MNCR é que existam cerca de 800 mil catadores e catadoras em atividade no país, a maior parte dos catadores são do gênero feminino, cerca de 70% da categoria. Os catadores são responsáveis pela coleta de 90% de tudo que é reciclado hoje no Brasil. Há diversas estimativas de catadores variam entre 300 mil a 1 milhão de pessoas sobrevivendo da coleta de materiais recicláveis, segundo levantamento do MNCR e Departamento de Economia da Universidade Federal da Bahia – GERI, 2006.
Esse número do IPEA que 90% dos materiais vem das mãos dos catadores e alimenta a cadeia da reciclagem está se comprovando cada vez mais. Outro dado importante é que eles têm baixa escolaridade e vivem nas cidades com uma renda média de R$ 571,56.
As principais dificultadas enfrentadas pelos catadores em ordem de importância são: o esforço físico, a discriminação, o trânsito nas cidades e o fato dos resíduos estarem misturados. Para 92% dos catadores a renda proveniente da catação é a principal fonte renda da família.
Fonte:
Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Reciclados
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