Insumo é apontado como “combustível do futuro”
O potencial do Brasil para a produção e exportação do combustível hidrogênio verde é cada vez mais reconhecido internacionalmente, o que pode representar, para o país, a possibilidade de obter grandes lucros a partir desta commodity que é apontada como o combustível do futuro.
“O potencial do Brasil já foi identificado internacionalmente. Sabemos que todos países que têm sol de dia e vento à noite serão países ricos [caso venham a explorar esse potencial para a geração de energia limpa]”, disse a diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Hidrogênio Verde (ABH2), Mônica Saraiva Panik,
Para ser chancelado como “verde”, o hidrogênio precisa ser obtido em um processo que não envolva o uso de combustíveis prejudiciais ao meio ambiente, tanto na produção como no seu transporte. Nesse sentido, o uso de energia eólica e solar para a sua produção é algo visto como muito promissor.
Assim sendo, o Nordeste brasileiro, “com o sol de dia e vento à noite”, é uma região que apresenta ótimas condições para a produção dessa commodity, disse Panik. O gás, segundo especialistas, poderá substituir combustíveis danosos ao meio ambiente.
Panik destacou também as parcerias já firmadas entre Brasil e o Porto de Roterdã, na Holanda. Como porto mais ativo do mundo, ele pode ser a grande porta de entrada desta commodity no mercado europeu.
“O hidrogênio pode ser a commodity energética que, futuramente, vai substituir o petróleo”, disse Ricardo Cavalcante, presidente da Fiec.
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirma que “rsta é uma solução climática lucrativa”.
“O caminho é esse: trazer solução, gerar emprego e industrializar o nordeste, que terá energia verde, renovável e limpa. Vamos ajudar a criar essa nova economia verde”, disse o ministro.
Segundo a Fiec, o hidrogênio verde vem se configurando como uma resposta às emissões do dióxido de carbono (CO2), que tem provocado consequências drásticas ao meio ambiente.
“Com as transformações, a substância vai ser produzida a partir de fontes renováveis de energia. Por isso, é considerado o combustível do futuro, já que é produzido por meio de um processo chamado eletrólise, no qual as moléculas de oxigênio e hidrogênio da água são separadas”, informou a Fiec.
A Shell Brasil e Porto do Açu firmaram, também em maio, um memorando de entendimento para desenvolvimento conjunto de uma planta-piloto de geração de hidrogênio verde nas instalações do complexo portuário, localizado em São João da Barra, na região norte do Rio de Janeiro.
A unidade deverá ficar pronta em 2025 e terá capacidade inicial de 10 megawatt (MW) — podendo chegar a 100 MW no futuro.
Inicialmente, a planta de eletrólise será abastecida com a energia elétrica oriunda da rede.
O principal produto será o hidrogênio renovável. Parte da produção será destinada à armazenagem e posterior envio a potenciais consumidores.
O hidrogênio remanescente será destinado à planta de geração de amônia renovável.
O plano da petroleira é construir a unidade com os recursos da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da ANP. A Shell prevê investir entre US$ 60 milhões e US$ 120 milhões em PD&I em 2022.