Asfalto, prédios e carros. A mistura que pequenas e grandes cidades produz há décadas causa um grande impacto ambiental de poluição, mas os estragos poderiam ser amenizados se ao longo dos lugares existissem grandes áreas verdes, para melhoria do ar e do clima, sem falar dos benefícios para a saúde das pessoas. Em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, pouco mais de 100 voluntários se uniram para plantar árvores pela cidade, o grupo chamado “Campos+Verde” vem transformando áreas antes esquecidas, em espaços que estão dando vida. Cerca de 500 mudas já foram plantadas.
A árvore símbolo do projeto é um Pau Brasil, a ideia foi transmitir a resistência, já que essa espécie é o maior símbolo de exploração, mas também, de como a natureza é resistente. Jailma Barcelos, servidora pública e esposa do fundador, conta que depois que começou a fazer uma pós-graduação na área ambiental, a sensibilidade dela aumentou para esta área. Só que o projeto começou antes, de forma bem caseira e no quintal de casa.
“O Campos + verde” surgiu do trabalho do meu esposo, ele produzia em casa as mudas e começou a plantar no ano de 2011. Os primeiros plantios foram três ipês, atrás da igreja do jardim São Benedito. Em 2019, ele plantou na praça do Jardim do Santo Antônio, depois disso, em 2020, plantou na Avenida 28 de Março na esquina com Arthur Bernardes”, explica Jailma.
O prazer de plantar foi só aumentando, a medida que mais pessoas se uniam a essa proposta de voluntariamente participar, nesse grande planeta que precisa receber, já que tanto faz por todos. “Começamos a produzir e plantar na Arthur Bernardes, principalmente mudas de oiti, as mudas atingiriam cerca de um metro e meio. As pessoas sempre elogiando o trabalho, recebendo elogios e interagindo com o grupo. Sempre estudamos o local, vendo a possibilidade de plantio e a escolha da espécie. Foi em 2020, que liguei para um grupo de estudo nesta área, decidimos montar o projeto Campos + Verde”, afirma Jailma.
Importante dizer que a Ong conta sempre com doações das mudas, já que faz um trabalho voluntário e precisa das plantas para dar continuidade aos projetos, a preferência são sempre mudas nativas para a recuperação florestal na região. “Me incomoda, principalmente na cidade ver o que está acontecendo, estão desmatando o pouco de área verde que temos, muitas vezes para fazer construção vertical e acabam não repondo esses espaços. As doenças respiratórias aumentam e a biodiversidade no local fica menor”, destaca Jailma.
Educação Ambiental
No Parque Alphavile 2, os voluntários transformaram uma área que tinha mato alto, em um bosque. Muitas mudas estão crescendo aos poucos e recebem cuidados de quem vive no bairro. Muitas pessoas se encantaram assim que souberam do projeto e resolveram ajudar. Essa rede de apoio só cresce, hoje eles tem um grupo no whatsapp que trocam continuamente informações e experiências. “Nós vamos as escolas fazer educação ambiental, com plantios de mudas, algumas vezes fazemos também oficinas de plantio e produção de mudas, sempre a partir de semente. Buscamos parcerias e já atuamos junto com a prefeitura”, finalizou Jailma.