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Voluntários plantam árvores em Parque Municipal

Uma união que começou com o desejo conjunto de recuperar uma área, que para muitos moradores de Guaçuí, no Espírito Santo, na região do Caparaó, faz parte da infância. De muda em muda, a Cachoeira da Tremedeira, hoje uma área de proteção, vem ganhando mais verde e pessoas que respeitam o lugar. Nada teria acontecido se seis moradores não colocassem a mão na massa.

É preciso que os olhos identifiquem os problemas, o desmatamento e o descaso entrou na rotina de muita gente, fazer o inverso é um desafio. “Começou por causa de um trabalho coletivo onde iniciamos primeiro com a limpeza do local, trouxemos algumas mudas nativas e frutíferas as margens da cachoeira e no entorno, tudo isso, para preservar áreas de sobrecargas. Alguns amigos voluntários trouxeram mais espécies, além de preservar a vegetação nativa, conseguimos reter água no solo e atrair mais espécies de pássaros” conta Pedro Paulo Teixeira de Souza, um dos voluntários.

O local fica há poucos minutos do centro de Guaçuí, durante anos passou por muitos processos de degradação, mas tem uma área grande e com muito potencial para reflorestamento. Os voluntários encontraram um lugar rico em biodiversidade e de fácil acesso, para que os moradores voltem a usar o espaço com um lazer saudável.

“A princípio estava um capoeirão com pés de assa-peixe enorme, mato alto, mata burros quebrados e a ponte de acesso ao remanso toda destruída. Já plantamos mudas de bisnagueira, castanheira do maranhão, ipê rosa, ipê roxo, sabugueiro da babilônia, sibipiruna, amendoeira, pata de vaca e frutíferas como ingá, jacas, jamelão, abacate, graviola, manga, amoreira, goiaba, cereja de barbados entre outras ainda não catalogadas”, explica Pedro.

A vontade de transformar o lugar foi o que de fato motivou os voluntários, depois que os trabalhos começaram as pessoas voltaram a se reunir, fazem pique nique e desfrutam do banho de cachoeira. Sem contar que os amantes de bicicletas, sempre passam pelo local para fazer uma parada e apreciar. E durante esse tempo, os voluntários receberam pouca ajuda do poder público.

“O poder público fez somente a reforma do mata burro e a reconstrução da ponte de acesso ao remanso. O resto não temos nem ajuda e nem atenção, estamos fazendo com custeio próprio como encoroamento das mudas, correção de acidez do solo com calcário, adubação com NPK 4×4, insumos orgânicos e controle de formigas cortadeiras”, finaliza Pedro.

Os voluntários acreditam que uma boa sugestão é o poder público mudar a sede da Polícia Ambiental, seria uma maneira de monitorar mais o local e evitar que bois destruam a vegetação, sem contar que também reduz o vandalismo.

Planos do Governo

Diferente do que os voluntários falam, o poder público garante que tem planos para a região, mas esbarra em uma burocracia estadual. De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Guaçuí, existe um plano de Recuperação de Área Degradada, a previsão é o plantio de quase duas mil mudas, num período de quatro anos na Tremedeira. Para o início do projeto é preciso de uma aprovação do plano junto ao IEMA, a espera acontece há quase dois anos.

“Os voluntários estão equivocados, inclusive convidei um deles para tomar café comigo e vou passar todas as informações. Um empresário da cidade vai fazer na área plantios, isso para compensação ambiental, o planejamento já foi todo feito e basta a aprovação do IEMA para começar” afirma o secretário que insistentemente, vem cobrando uma posição do Estado.

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