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Investimentos em meio ambiente e gestão de recursos hídricos no ES são anunciados

Para a Região do Caparaó estão previstos benefícios na área do saneamento e obras no Parque da Cachoeira da Fumaça, em Alegre

Na véspera do Dia Mundial da Água, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, anunciou, nesta segunda-feira (21), uma série de ações e investimentos na área de meio ambiente e saneamento para a preservação, monitoramento e a recuperação dos recursos naturais do estado.

Os anúncios ocorreram na abertura do Seminário Capixaba de Mudanças Climáticas e Recursos Hídricos, que acontece até esta terça-feira (22), na capital Vitória.

O Governo informou, durante o evento, que estão previstas ações na área de saneamento na Região do Caparaó, assim como o investimento de R$ 3,7 milhões no Parque Estadual Cachoeira da Fumaça, localizada em Alegre.

“Temos a felicidade em dizer que todo o saneamento da Região Metropolitana e do Caparaó está contratado, assim como boa parte da Bacia do rio Itapemirim. Temos uma preocupação com os municípios que têm serviços autônomos de saneamento. Temos os nossos programas de barraginhas, caixas secas e os biodigestores. Então vamos avançando em cada município do nosso Estado”, disse Casagrande.

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) também apresentou propostas em prol do desenvolvimento sustentável.

A primeira delas foi justamente a assinatura da Ordem de Serviço para reforma e ampliação da sede do Parque Estadual Cachoeira da Fumaça. A obra, com investimento total de R$ 3.727.240,83, trará melhores condições aos visitantes e servidores e será executada pelo Departamento de Edificações e Rodovias do Espírito Santo (DER-ES).

Ainda durante o seminário, o governador também destacou o trabalho que vem sendo realizado na recuperação ambiental, por meio do reflorestamento.

“Já recuperamos 10 mil hectares e agora vamos recuperar mais 3.600 hectares por meio do Programa Reflorestar. A floresta produz água, além de proteger a biodiversidade e o solo. Temos que ter políticas de recomposição florestal e também de fiscalização”, comentou.

O plano de neutralidade do carbono, segundo ele, está sendo elaborado com a participação de diversas instituições.

“Quando assumimos um compromisso de longo prazo temos que ir mostrando o que será feito ano a ano. O Espírito Santo precisa ser um sinônimo de referência no meio ambiente e em crescimento sustentável”, completou.

Ações e mais investimentos

A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), órgão gestor da água no Espírito Santo, aproveitou a ocasião, lançou uma plataforma inovadora, desenvolvida por servidores da Agência, que dá publicidade aos dados de qualidade da água de rios e córregos monitorados trimestralmente pela Agerh.

De forma simples e em formato inédito no Brasil, a Plataforma IQA (Índice de Qualidade da Água) disponibiliza um mapa onde estão localizados os 100 pontos de monitoramento e as respectivas informações relativas à qualidade da água.

Entre os quase 40 parâmetros avaliados, estão Oxigênio, Coliformes, Fósforo, Turbidez, Chumbo e Arsênio. A classificação de qualidade de cada ponto monitorado varia entre Ótima, Boa, Razoável, Ruim e Péssima.

Para intensificar as pesquisas sobre qualidade da água no Espírito Santo, a Agerh e a Secretaria de Inovação e Desenvolvimento (Sectides) assinaram um memorando para a cooperação científica no Laboratório (Lacar) do Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento (CPID).

O Iema também assinou, com a Vale, um acordo de cooperação técnica para implantação de sistema de gerenciamento de dados ambientais fornecidos por empreendimentos e atividades poluidoras (Hydro GeoAnalyst – HGA). O sistema, que é oriundo do cumprimento de uma condicionante da licença ambiental da empresa, apoiará de forma significativa o atual controle ambiental realizado pelas equipes técnicas do Iema.

Já com a Petrobras, foi firmado o Termo de Compromisso de Compensação Ambiental (TCCA), para melhorias e intervenções no Parque Estadual de Itaúnas, em Conceição da Barra.

O Iema anunciou ainda a publicação da Instrução Normativa (IN) sobre geração de energia elétrica por fonte hídrica, que trará mais agilidade e transparência ao licenciamento ambiental da atividade.

A Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) anunciou o início das operações da nova estação de tratamento de esgoto (ETE) que atende à região de Enseada Azul, Meaípe e Nova Guarapari, no município de Guarapari, um dos balneários mais visitados do Estado.

Com investimento de mais de R$ 13 milhões, a população beneficiada com a nova estrutura ultrapassa os 20 mil habitantes.

Ainda durante a cerimônia de abertura do Seminário, o governador Renato Casagrande realizou a entrega simbólica de cinco caminhonetes, que já se encontram no pátio do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf). Até o final do semestre, serão adquiridas mais cinco caminhonetes. Para a compra dos dez veículos, o Governo do Estado investiu R$ 1.836.323,30.

Também foi realizada a assinatura do termo de cooperação entre o Idaf e a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) para apoio ao projeto “Nascente Viva”. A iniciativa visa à implementação de sistemas de tratamento de efluentes domésticos e cercamento de nascentes em propriedades rurais localizadas em sub-bacias das bacias hidrográficas dos rios Calçado e São Mateus, localizados, respectivamente, nas macrorregiões sul e norte do Espírito Santo.

O Idaf realizou ainda a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica com a Fundação Renova, para estabelecer a implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA), em imóveis rurais ao longo da Bacia Hidrográfica do Rio Doce

O reforço à Polícia Militar Ambiental do Espírito Santo também está previsto com a compra e entregas de bens, no valor de R$ 700 mil.

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Seminário Capixaba de Mudanças Climáticas

Com uma programação diversificada e palestras transversais, no Seminário Capixaba de Mudanças Climáticas estão sendo debatidos temas que vão desde as perspectivas acerca da neutralidade de emissões de gases de efeito estufa no mundo e, especificamente, na Mata Atlântica, sobre o licenciamento ambiental, a ocupação de áreas de proteção permanente (APP´s) urbanas, até a gestão dos recursos hídricos na prevenção e resposta a eventos extremos, como secas e inundações.

O objetivo do Seminário é colocar em evidência o futuro da água e suas consequências e contará com a participação de vários representantes governamentais, da iniciativa privada e da Academia.

Para o secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Fabricio Machado, a promoção e a multiplicação deste conhecimento podem gerar uma transformação na gestão ambiental local.

“Com a formação, é possível mudar as perspectivas de uma questão ambiental e soluções podem brotar desta construção apreendida. Foi com esse intuito que o seminário foi pensado: unir gestores municipais de meio ambiente, de todos os municípios capixaba, além de estudiosos, acadêmicos, técnicos especializados e convidados de notório saber, para disponibilizar uma programação plural que pudesse propor uma troca de informação, uma rede, sobre o que está sendo feito com os nossos recursos hídricos”, explicou o secretário Fabricio Machado.

“Os efeitos colaterais do aquecimento global não estão no futuro. Eles já são uma realidade presente no dia a dia do capixaba. Os efeitos da escassez hídrica em algumas regiões, as inundações e o excesso de chuvas em outras, além da sensação de estufa no cotidiano, já são parte deste desequilíbrio climático. Este desarranjo afeta diretamente o desenvolvimento econômico dos países, na produção agrícola brasileira, no consumo e no comportamento das pessoas, porque os recursos naturais são escassos e finitos. Por isso, há uma urgência por uma mudança do olhar sobre o que as mudanças climáticas no mundo estão querendo nos dizer”, acrescentou o secretário.

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