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Estudantes de Geografia da Ufes têm aula de campo na reserva
Um dia para contribuir com a formação de professores. Dez alunos do curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), estiveram no Parque Vale do Mulembá para um encontro com o objetivo de potencializar as práticas docentes sobre o bioma Mata Atlântica e, também, sobre a ancestralidade existente no Parque quanto aos ofícios ligados à produção da panela de barro, que tem sua matéria prima retirada do local.
A atividade, que contou com trilhas e interpretação ambiental, além de discussões dirigidas, foi conduzida pelo geógrafo e educador ambiental Idelvon Poubel, dentro do Projeto Formação da Gerência de Educação Ambiental (GEA), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam).
“Como geógrafo, posso dizer que a experiência em campo como essa que os estudantes tiveram contribui de forma decisiva para a formação dos futuros professores. Por meio de atividades como essa, eles podem combinar o conhecimento da academia com a prática na cidade da Universidade”, disse o secretário de Meio Ambiente de Vitória, Tarcísio Foeger.
O professor do Centro de Educação da Ufes, Dr. José Américo Carraro registra, em depoimento, a importância do Parque Vale do Mulembá. “Os trabalhos de educação ambiental que nele e a partir dele são realizados, são de grande relevância pedagógica e ambiental! Faz-nos rever crenças, atitudes, posturas e comportamentos. Instiga-nos, enquanto profissionais da educação, a criar e ampliar as atividades didáticas que sensibilizem, comprometam e mobilizem os alunos para os grandes dilemas e desafios ambientais, em todas as escalas geográficas”. afirma.
“Além da beleza natural, o Parque também tem uma excepcional infraestrutura, facilitando o trabalho dos educadores. Parabéns a Prefeitura de Vitória e a Semmam belo trabalho realizado!”, Completa.
A estudante Érica de Goes, que participou da formação, reconheceu o diferencial da aula de campo no Mulembá. “todos os conhecimentos e vivências adquiridos a partir do contato com o Parque são agregadores, além de não terem preço, são transformadores”, disse.
O Parque Natural Municipal Vale do Mulembá é uma unidade de conservação criada por meio do Decreto Municipal nº 11.505/2002. O Parque, que foi reaberto ao público em setembro de 2021, ganhou espaços com o Centro de Visitantes, Centro de Educação Ambiental e Cultural, um auditório e o Módulo de Apoio aos Tiradores de Barro, que representa e valoriza o trabalho ancestral das paneleiras. Além disso, recebeu cercamento, pórtico de entrada, vias de circulação interna e estacionamento, ofertando novas estruturas para o convívio com a natureza e para o desenvolvimento de atividades de educação, pesquisa e valorização do nosso patrimônio cultural, como a produção da panela de barro.
Com uma área correspondente a quase 200 campos de futebol, no Maciço Central de Vitória, o Parque Natural Municipal Vale do Mulembá apresenta topos como o Morro do Parapente, com 185 metros de altitude, fauna silvestre, nascentes e o Vale do Mulembá, do qual é retirada a argila, matéria-prima utilizada para a confecção das tradicionais panelas de barro.
Segundo estudos arqueológicos, a atividade de extração do barro é realizada a mais de 400 anos, e o processo de produção das panelas de barro conserva até hoje todas as características das práticas dos grupos nativos das Américas, ou seja, as realizadas antes da chegada dos europeus e dos africanos.
